Legionella: Constituídos nove arguidos no inquérito 14 de Julho de 2016 Sete pessoas e duas empresas foram constituídas arguidas no inquérito relacionado com o surto de legionella ocorrido em Vila Franca de Xira em novembro de 2014, informou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR). Numa resposta enviada à agência “Lusa”, a PGR refere que foram constituídos nove arguidos – sete pessoas singulares e duas sociedades – e que o inquérito se encontra em investigação no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Vila Franca de Xira. «O inquérito encontra-se em investigação e envolve recolha e análise de prova que se tem vindo a revelar como muito complexa e exames periciais igualmente de grande complexidade, alguns deles complementares a outros já realizados, mas essenciais para a descoberta da verdade», adianta a PGR. Entretanto, a multinacional General Electric, em comunicado enviado à “Lusa”, refere que a empresa e quatro dos seus empregados foram constituídos arguidos neste processo. A empresa adianta que «está a acompanhar o tema» e que cumprirá com «todas as suas obrigações legais». Fonte ligada à investigação revelou à “Lusa” que a empresa Adubos de Portugal é a outra sociedade constituída arguida no processo. Em comunicado enviado à “Lusa”, a ADP Fertilizantes/Adubos de Portugal, sem nunca dizer que é arguida no processo, refere apenas que «confia na celeridade e no bom funcionamento da justiça portuguesa» e que «está, como sempre esteve, ao dispor das autoridades competentes para o cabal apuramento da verdade». Diz ainda «lamentar profundamente as consequências nefastas deixadas pelo surto de legionella» registado no concelho de Vila Franca de Xira, em novembro de 2014 e expressa a sua «total solidariedade para com todos aqueles que, de forma direta e indireta, temporária e permanente viram as suas vidas afectadas» pelo ocorrido. A empresa manifesta também reconhecimento por todos aqueles que durante o período de maior intensidade do surto «trabalharam de forma enérgica e permanente» para debelar as suas consequências. «A ADP Fertilizantes reafirma que cumpriu de forma inequívoca todas as obrigações legais decorrentes da sua licença ambiental que foi renovada em procedimento ordinário e sem qualquer alteração substancial ao seu conteúdo, a 20 de Outubro de 2015», adianta a nota da empresa. O caso remonta a 2014, quando um surto de legionella em Vila Franca de Xira causou 12 mortes e infetou 375 pessoas com a bactéria. De acordo com o balanço feito na altura, as vítimas mortais tinham entre 43 e 89 anos e eram nove são homens e três mulheres. A taxa de letalidade do surto foi de 3,2%. O surto, o terceiro com mais casos em todo o mundo, teve inicio a 07 de novembro e foi controlado em duas semanas. Na altura, o então ministro da Saúde, Paulo Macedo, realçou a resposta dos hospitais, que «trataram mais de 300 pneumonias». Em novembro do ano passado, quando fez um ano sobre o caso, fonte do MP adiantou à “Lusa” que deram entrada 211 queixas de lesados diretos e de familiares das vítimas. A doença do legionário, provocada pela bactéria legionella pneumophila, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares. |