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Legionella: Há uma desaceleração mas vai haver mais casos

11 de novembro de 2014

O ministro da Saúde disse ontem que há uma «desaceleração» dos casos de leggionella e que a questão está circunscrita, mas lembrou que nos próximos dias haverá mais casos.

Paulo Macedo falava à agência “Lusa” no final de uma visita ao hospital de Vila Franca de Xira, onde estão internados muitos dos doentes que contraíram a doença, que está a afetar principalmente pessoas ligadas à região e que até hoje já vitimou cinco pessoas, havendo 233 casos registados.

«Podemos dizer que a questão está circunscrita, e isso é importante», que a legionella não atinge as crianças, «e que temos uma desaceleração dos casos. Mas vamos ter mais casos nos próximos dias, porque estamos a tratar pessoas que ainda têm testes pendentes e que estão a ser tratadas e que podem revelar-se positivas», disse.

A visita, disse o ministro, serviu essencialmente para transmitir o apoio aos profissionais e aos doentes. Aliás, acrescentou, quer o hospital de Vila Franca, quer a Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo, quer a Direção-Geral de Saúde e outras entidades envolvidas no problema «têm sabido dar uma resposta efetiva e clara a esta situação».

Além de percorrer várias áreas do hospital e de se inteirar das condições concretas dos doentes infetados com a bactéria, quer na urgência, quer no internamento (cuidados intensivos, intermédios e nas enfermarias), o ministro conheceu também as terapêuticas que estão a ser utilizadas e os seus efeitos, bem como os esforços de contenção que estão a ser feitos por parte da autarquia.

O surto de legionella já levou à morte de cinco pessoas e há 233 pessoas infetadas, segundo os últimos números.

No hospital de Vila Franca de Xira, que recebeu até agora a maioria dos casos, Paulo Macedo ouviu os responsáveis clínicos dizerem que na quinta-feira da semana passada surgiram muitos casos e que na dúzia de doentes que está nos cuidados intensivos e intermédios «há uma evolução muito favorável na maior parte dos casos».

DGS: Cinco mortos e 233 infetados

A Direção-geral da Saúde (DGS) revelou que até às 15:00 de ontem já tinham morrido cinco pessoas vítimas de legionella, havendo 233 casos registados.

Num comunicado, citado pela “Lusa”, a DGS adiantou ainda que se encontram internadas nos cuidados intensivos 38 pessoas.

Do total de 233 casos, 228 são na região de Lisboa e Vale do Tejo, três na região centro e dois na região norte.

«Todos os casos reportados têm ligação epidemiológica ao surto que decorre em Vila Franca de Xira. As freguesias de Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa são as que continuam a registar a maior incidência», refere a nota.

Neste balanço enviado à comunicação social pelas 18:00, a DGS reforça que não há qualquer problema com a ingestão de água nas áreas afetadas, embora ainda não seja conhecida a origem da infeção por legionella.

«Também não existe qualquer risco de contágio pessoa a pessoa. A infeção apesar de ser grave tem tratamento», acrescentam as autoridades.

A DGS continua a considerar que não há fundamento científico para encerrar escolas, lembrando que a legionella não infeta, em regra, crianças e jovens com idade inferior a 20 anos.

No âmbito da investigação para detetar a origem do surto, já foram realizadas mais colheitas nos domicílios, além da continuação dos inquéritos epidemiológicos, das medidas de reforço do cloro na água e da desativação das fontes decorativas.