Legionella: Ministério pede a enfermeiros para não fazerem greve 13 de novembro de 2014 O Ministério da Saúde pediu ao Sindicato dos Enfermeiros para reconsiderar as datas da greve nacional, marcada para esta sexta-feira e para dia 21, tendo em conta o cenário “extraordinário” do surto de legionella. Numa carta, com data de quarta-feira e a que a agência “Lusa” teve acesso, o Ministério afirma recear que a greve, a acontecer nos dias anunciados, «possa comprometer a prestação de cuidados de saúde», considerando que estão em causa «necessidades em saúde indispensáveis e inadiáveis». «Sem questionar o direito constitucional à greve, solicita-se que, tendo em conta o interesse público e o cenário epidemiológico extraordinário atual, se dignem avaliar a oportunidade da paragem laboral já decretada, as consequências nos cuidados prestados às pessoas e a perceção social sobre a greve e os seus riscos», refere a carta assinada pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira. O Ministério argumenta que o surto de legionella «ainda não se encontra debelado, podendo ainda aumentar o número de doentes com necessidade de cuidados de saúde» bem como a necessidade de recursos humanos, nomeadamente enfermeiros. Indica ainda que não é possível estimar a evolução do número de infetados por legionella, nem quantificar o número de enfermeiros indispensáveis para assegurar os cuidados de saúde exigidos. «(…) nesta situação de desafio excecional torna-se ainda mais importante que todos os agentes do setor demonstrem o grau de profissionalismo e responsabilidade que tem sido a chave do sucesso na resposta aos desafios do momento», refere também a carta dirigida ao presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). O SEP anunciou no início da semana uma greve nacional de dois dias, esta sexta-feira e dia 21 deste mês, em protesto pelos cortes salariais nas horas extraordinárias, exigindo a progressão na carreira e a reposição das 35 horas de trabalho semanais. Enfermeiros «sensíveis» ao pedido para adiar greve Em declarações à “Renascença”, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Guadalupe Simões, prometeu uma decisão para o final da manhã, depois de uma reunião a realizar nas próximas horas. «Estamos sensíveis, mas lamento que o ministro nunca tenha estado sensível face aos problemas dos enfermeiros», disse Guadalupe Simões. O Ministério da Saúde receia que a paralisação «possa comprometer a prestação de cuidados de saúde», considerando que estão em causa «necessidades em saúde indispensáveis e inadiáveis». Guadalupe Simões diz que serão tidos em consideração esses argumentos, mas diz não deixa de criticar a posição de Paulo Macedo: «O ministro da Saúde ignorou por completo os problemas dos enfermeiros durante estes anos todos, nomeadamente as questões que têm a ver com o cansaço dos enfermeiros e a imposição das 40 horas de trabalho». |