Legionella: Ministério Público abre inquérito sobre surto 14 de novembro de 2014 O Ministério Público revelou ontem que está em curso um inquérito relacionado com o surto de legionella no concelho de Vila Franca de Xira. Em resposta à agência “Lusa”, a Procuradoria-Geral da República precisou que o inquérito «corre termos no DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) da Comarca de Lisboa Norte-Vila Franca de Xira». A bactéria legionella, que provoca pneumonias graves e pode ser mortal, foi detetada na sexta-feira, no concelho de Vila Franca de Xira. O surto já infetou 303 pessoas na região de Lisboa e Vale do Tejo, dos quais 48 estão internados em unidades de cuidados intensivos, segundo informou a Administração Regional de Saúde. Nas últimas 24 horas, registaram-se 12 novos casos nesta região e 19 doentes tiveram alta clínica. Segundo a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), o número de mortos confirmados mantém-se em sete. No entanto, a Direção-Geral da Saúde (DGS) mantém a confirmação de apenas cinco mortos e de mais quatro que ainda estão por confirmar. Câmara de Vila Franca disponibiliza-se para dar apoio jurídico às famílias O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, afirmou ontem que a autarquia está disponível para apoiar judicialmente as famílias que quiserem recorrer à justiça, na sequência do surto de legionella que afetou o concelho. «Os nossos juristas e os nossos advogados também estarão disponíveis, caso as famílias queiram recorrer à Câmara Municipal», afirmou ontem à tarde Alberto Mesquita aos jornalistas no final de uma reunião com a Comissão Municipal de Proteção Civil. O autarca ressalvou, contudo, que, apesar do apoio dos juristas e advogados da autarquia, terão de ser as famílias das vítimas a mover ações individuais. Já anteriormente a junta de freguesia de Vialonga, uma das mais afetadas pelo surto de legionella, se tinha disponibilizado para dar apoio jurídico às famílias. Relativamente às conclusões da reunião, Alberto Mesquita referiu que ficou decidido manter as medidas preventivas, tomadas no domingo, que preveem o encerramento dos equipamentos desportivos das freguesias mais afetadas pelo surto e a suspensão das aulas de Educação Física, apesar de reconhecerem que a «situação está a melhorar». «O problema hoje é melhor do que ontem e esperemos que amanhã seja melhor do que hoje. Há uma manifestação de desaceleração deste processo», apontou. Alberto Mesquita referiu-se ainda à decisão tomada pelas autoridades de saúde de serem desligadas as torres de refrigeração, fazendo uma associação entre essa medida e a «desaceleração» do surto de legionella. «Desde que as torres de refrigeração deixaram de funcionar – e há aqui uma coincidência -, não sei se será apenas uma coincidência, mas é um facto que essa desaceleração se acentuou. Eu não quero com isto dizer que o foco foi encontrado. É uma grande probabilidade. Poderá haver outras situações, mas só os estudos e análises poderão mais tarde revelar», apontou. Na terça-feira, o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, anunciou uma ação inspetiva extraordinária à empresa Adubos de Portugal, em Alverca, para averiguar um eventual crime ambiental relacionado com o surto de legionella, uma bactéria que já levou ao internamento de 311 pessoas e provocou sete mortes, havendo ainda um caso em investigação, de acordo com os últimos números divulgados pela Direção Geral de Saúde. O Ministério Público, entretanto, revelou hoje que está em curso um inquérito relacionado com o surto de legionella, no concelho de Vila Franca de Xira. Em resposta à agência “Lusa”, a Procuradoria-Geral da República precisou que o inquérito «corre termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] da Comarca de Lisboa Norte-Vila Franca de Xira». Instada pela “Lusa”, a Câmara de Vila Franca de Xira escusou-se a comentar este processo. |