Leite «não é antídoto» para inalação de fumo, alerta DGS 682

Leite «não é antídoto» para inalação de fumo, alerta DGS

11 de Agosto de 2016

A Direção-Geral da Saúde pede às pessoas que recorram ao tratamento médico e reforça que não existe nenhuma evidência científica que comprove que o leite funciona como desintoxicante.

A Direção-Geral da Saúde avisa que o leite não é um antídoto para o monóxido de carbono, principal componente tóxico dos incêndios, lembrando que a inalação de fumos pode provocar danos nas vias respiratórias.

Num comunicado emitido a propósito dos incêndios florestais, a Direção-Geral da Saúde (DGS) alerta para o chamado «o mito do leite», indicando não servir de antídoto para o monóxido de carbono e sublinhando que a sua utilidade não vem descrita em artigos científicos.

«Admitiu-se que o leite era um antídoto do monóxido de carbono que não é («não se dá leite nos hospitais») e não deve atrasar a referenciação e o tratamento a nível hospitalar correto», refere a nota da autoridade de saúde, citada pelo “Público”.

Quanto aos efeitos dos incêndios na saúde, a DGS sintetiza que a inalação de fumos ou de substâncias irritantes químicas e o calor podem provocar danos nas vias respiratórias, sendo as crianças, os doentes respiratórios crónicos e os idosos os mais vulneráveis.

«Existem lesões de inalação devidas ao calor que provocam obstrução e risco de infeção. Além da lesão pelo calor, há possibilidade de lesão pelas substâncias químicas do fumo que provocam inflamação e edema com tosse, bronco constrição e aumento das secreções. Existe ainda a possibilidade de surgirem lesões mais tardias e mais graves, com destruição celular e, que, em casos extremos, causam falência respiratória», especifica a nota.

Em caso de inalação de fumos, a DGS aconselha a retirar a pessoa do local e evitar que respire o fumo ou esteja exposta ao calor; a pesquisar sinais de alarme e verificar presença de queimaduras faciais, sinais de dificuldade respiratória ou alteração de estado de consciência.