O estudo Publivaga da Marktest aborda, entre outras coisas, a recordação da publicidade genérica. Quer isto dizer que avalia a que marcas nos recordamos de ter visto publicidade, por segmentos de mercado.
Analisando os resultados para o primeiro semestre de 2021, vemos que as marcas da área da distribuição revelam ser as mais presentes na memória dos portugueses, com um índice de 29,7%. As marcas de automóveis ocupam a segunda posição, com 10,7% de recordação, seguidas das de eletrónica (9,6%), telecomunicações (7,5%) e desporto (6,6%).
Mas estes valores apresentam diferenças interessantes se a análise for feita de acordo com determinados fatores dos inquiridos.
Assim, por exemplo, a recordação do público mais velho à publicidade do sector da distribuição é 56% maior do que a média da população; os homens registam um índice de recordação de publicidade a automóveis 43% acima da média; e os mais novos apresentam uma recordação da publicidade de desporto que equivale ao dobro do valor médio.
Ou seja, sem surpresa, mas nem sempre merecendo o destaque que devia, as pessoas memorizam bem melhor aquilo vai ao encontro das suas motivações. Simples não é? Na maior parte das vezes, na Comunicação, como em muitas outras coisas na vida, as coisas são menos complexas do que são apresentadas e do que alguns tentam esconder por detrás de palavras compridas e, nalguns casos, num despropositado inglês (que, aparentemente, parece dar um toque mais profissional à coisa).
Como dizia o avô de um barbeiro alentejano, numa das frases preferidas de um grande mestre da Publicidade: “A vida é mais difícil de ser pensada do que de ser vivida”.
João Barros
Professor na Escola Superior de Comunicação Social e Investigador no Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa