A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) angariou mais de 1,9 milhões de euros no peditório deste ano, um aumento de 17% relativamente ao ano passado, e contou com a ajuda de 20.000 voluntários.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da LPCC, Vítor Veloso, explicou que o aumento no valor angariado este ano (1.916 943€) é de 17%, manifestando a satisfação da Liga com a solidariedade de quem contribuiu neste peditório, que decorreu ao longo de novembro.
O responsável sublinhou que o sucesso desta iniciativa irá repercutir-se na vida das pessoas apoiadas pela instituição e que o valor deste ano “representa um apoio muito maior por parte da população portuguesa”, juntamente com uma grande mobilização de voluntários.
No peditório de 2023, a LPCC tinha angariado 1.633.944€, valor que se converteu no acompanhamento de 17.864 doentes através da compra de medicamentos, próteses, transporte para consultas e tratamentos, e ainda o pagamento de renda de casa, de eletricidade, de água e de alimentação dos doentes mais carenciados.
Vítor Veloso destacou que parte do valor angariado é também utilizado em bolsas de investigação para jovens e para estágios de curta, média e longa duração no campo de oncologia.
“No ano passado existiram 15.154 consultas gratuitas de psicologia, o que dá conta que há um envolvimento cada vez maior dos nossos doentes em relação às consultas e necessidade das consultas de psico-oncologia”, adiantou o presidente da LPCC.
Também no ano passado foi possível realizar o diagnóstico precoce de cancro de pele e da cavidade oral; detetaram 9.914 situações em que existia um diagnóstico de probabilidade de cancro; acompanharam 6.800 doentes em centros de dia e 310 em lares.
A Liga realizou ainda em 2023 ações de sensibilização que envolveram 367.667 alunos, 2.406 profissionais de saúde, realizou 27 conferências e 30 campanhas de prevenção.
Sobre o aumento de pedidos de apoio à instituição que se verificou este ano, o presidente afirmou que: “Não há dúvida nenhuma que a incidência do cancro continua a aumentar, mas há algo positivo, também se focaliza mais nos cancros iniciais. Por outro lado, verificamos que há, do ponto de vista económico-social, um maior número de doentes que nos procuram”.
O peditório deste ano contou com a ajuda de cerca de 20 mil voluntários, devidamente identificados, que estiveram a pedir junto de cemitérios, de igrejas, grandes superfícies, e também nas principais ruas e avenidas das cidades do país.
Portugal mantém uma alta incidência de cancro, com mais de 69.000 novos diagnósticos registados em 2022, segundo o Global Cancer Observatory da Organização Mundial da Saúde.
O cancro permanece como uma das principais causas de morbilidade, incapacidade e mortalidade no país, afetando as várias dimensões da vida dos doentes, famílias e sociedade.