Liga Portuguesa Contra o Cancro entrega hoje na AR petição com 25 mil assinaturas 04 de Fevereiro de 2016 Uma petição com 25.000 assinaturas para acabar com as desigualdades no acesso ao rastreio, diagnóstico e tratamento do cancro da mama vai ser entregue hoje na Parlamento, disse à “Lusa” o secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). Lançada pela LPCC a 19 de novembro do ano passado, a petição “Pela Equidade no Acesso ao Rastreio, Diagnóstico e Tratamento das mulheres com Cancro da Mama” vai ser entregue simbolicamente no Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, numa sessão com o vice-presidente da Assembleia da República, José Manuel Pureza. O objetivo é assinalar a data de «uma forma positiva, mas também reivindicativa em relação aos doentes oncológicos e, sobretudo, chamar a atenção dos nossos representantes na Assembleia da República, que são os que fazem as leis e que podem pressionar os governos para que haja uma determinação no que diz respeito à oncologia», disse o secretário-geral da LPCC. A Oncologia tem sido «um parente pobre» dos últimos governos, na medida em que está subfinanciada, têm sido tomadas poucas medidas e «os direitos dos doentes oncológicos são constantemente atropelados», sublinhou Vítor Veloso. A petição reuniu 25 mil assinaturas, mas o processo vai continuar no sítio da internet www.ligacontracancro.pt: «É uma petição que toca toda a população portuguesa e pensamos que deverá atingir dentro de pouco tempo 40 a 50 mil assinaturas», disse o oncologista. Vítor Veloso explicou que é uma petição fundamentalmente dirigida a uma situação de desigualdade que existe no país: «Nós não queremos desigualdades, queremos equidade» no rastreio de base populacional do cancro da mama. Na região centro todas as mulheres estão rastreadas, no norte já estão 82% e no sul ainda «falta muito para atingir metade das mulheres», uma situação que cabe ao Governo resolver, salientou. Por outro lado, a petição pretende que os responsáveis políticos tenham consciência de todas estas situações e da necessidade dos doentes com cancro terem «uma acessibilidade adequada» ao diagnóstico, ao tratamento e a terapêuticas inovadoras, «muitas vezes determinantes» para a cura do cancro ou para melhorar a qualidade de vida dos doentes e garantir uma «sobrevivência muito grande». Visa também criar junto da Comissão Parlamentar de Saúde um grupo de reflexão que avalie a situação da oncologia e que a Assembleia da República coloque «o cancro na agenda», uma vez que é «o principal problema de saúde pública a nível nacional». Entre os objetivos da petição estão também a «garantia de que, em casos de suspeita clinicamente demonstrada, exista acesso em tempo útil a um serviço hospitalar com capacidade de diagnosticar e tratar os doentes». Atualmente, surgem 6.000 novos casos de cancro da mama por ano, 16 novos casos por dia. Em 2014, foram realizadas mais de 279 mil mamografias a nível nacional, através do programa de rastreio da LPCC. |