Madagáscar registou aumento de 158% de mortes relacionadas com a SIDA 95

Madagáscar registou um aumento significativo de novas infeções pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) desde 2010 e um aumento de 158% nas mortes relacionadas com a SIDA durante o mesmo período

Estima-se que 76.000 pessoas viviam com o VIH em 2023 nesta nação africana e que cerca de 3.100 pessoas morreram de doenças relacionadas com a SIDA, indicou o Programa das Nações Unidas para o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH)/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) (ONUSIDA).

Segundo a diretora executiva do ONUSIDA, Winnie Byanyima, citada pela Lusa, a “pandemia em Madagáscar é impulsionada por lacunas na prevenção do VIH e desigualdades gritantes que devem ser urgentemente abordadas”.

Estas estimativas podem, no entanto, estar aquém do número real pois “os obstáculos na recolha de dados e os fracos sistemas de vigilância dificultam” a recolha dos mesmos, explicou o organismo da ONU em comunicado.

“Além disso, a maioria das pessoas que vivem com o VIH não tem acesso a tratamento. Apenas 22% das cerca de 76.000 pessoas que vivem com VIH em Madagáscar tinham acesso a cuidados em 2023”, lamentou.

No norte de Manakara (costa leste), as campanhas de despistagem do VIH realizadas pelo Ministério da Saúde revelaram taxas de prevalência urbana do vírus que variam entre 3% e 18% na população.

Para o ONUSIDA, é necessário reforçar a recolha de dados para melhor direcionar a resposta nacional ao vírus, a fim de combater eficazmente a pandemia.

Byanyima, que está de visita ao país entre 19 e 24 de outubro, para apoiar a resposta à doença, apelou a uma “aceleração da solidariedade mundial para reforçar a resposta de Madagáscar ao VIH, incluindo a prevenção de novas infeções e a expansão do acesso ao tratamento, a fim de acabar com a SIDA enquanto ameaça para a saúde pública”.

O ONUSIDA tem apoiado a implementação de serviços de teste e aconselhamento sobre o VIH e ajudado a alargar o acesso à terapia antirretroviral, salientou.

Madagáscar é um dos países mais pobres do mundo, um fator que está a impulsionar novas infeções, indicou.

Em 2023, o Banco Mundial estimou a taxa de pobreza do país em 62,6%, citou.

O país tem sido atingido por catástrofes naturais cíclicas, incluindo secas no sul e ciclones, o que dificulta a sua recuperação.