Madeira sem registo de casos autóctones de dengue desde março de 2013 493

Madeira sem registo de casos autóctones de dengue desde março de 2013

31 de julho de 2014

A Madeira, onde um surto de dengue afetou centenas de pessoas em 2012, não regista qualquer caso autóctone relacionado com esta doença desde o dia 3 de março de 2013, segundo a autoridade regional de saúde.

«Quando digo que há suspeita é um caso que, efetivamente, apresenta febre e pelo menos dois sinais clínicos que se possam enquadrar no quadro de dengue e posso reafirmar que não há casos autóctones, não há casos de dengue com origem na região desde há 17 meses, desde 3 de março de 2013», data em que o surto foi declarado controlado, afirmou à “Lusa” a vice-presidente do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais (Iasaude), Ana Clara Silva.

No período pós-surto apenas se confirmaram casos de dengue importados, quatro casos ainda em 2013 (dois de Angola e dois da Venezuela) e um caso em 2014 vindo da Venezuela.

Apesar do conhecimento da presença do mosquito Aedes aegytpi na Madeira desde 2005, os primeiros casos de febre da dengue foram registados laboratorialmente em 03 de outubro de 2012.

Na altura, acabaram por ser confirmados em laboratório 517 casos.

O período de maior intensidade da atividade do mosquito Aedes aegytpi situa-se entre julho e novembro.

Atualmente o Iasaude tem ainda um programa de monitorização de voos provenientes de vários locais.

«Nós fazemos a monitorização dos voos que vêm diretamente das Canárias e, neste caso concreto, voos diretos estamos só a vivenciar os três voos semanais, à terça, à sexta e ao domingo», explicou.

A Venezuela é outro local que exige maior atenção devido ao elevado número de emigrantes madeirenses.

«Foi remetida uma informação, através da direção dos serviços das comunidades madeirenses, para toda a área de influência a nível da República da Venezuela», indicou.

Atualmente está em curso uma ação de introdução de sal nas sarjetas da via pública, locais identificados como de risco, em três freguesias da cidade do Funchal.

Esta ação é da responsabilidade da Câmara Municipal do Funchal, inserida no plano municipal, e decorre de vários trabalhos de ensaio prévio, realizados quer pelo Departamento de Ciência do município.

Estudos recentes levados a cabo pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical, baseados na prospeção feita pelo Iasaude, indicam que a introdução de sal parece sugerir que «a água salgada não é um meio favorável ao desenvolvimento e larvas de Aedes aegypti, uma vez que não se detetaram formas imaturas do mosquito em 60% das sarjetas intervencionadas».

A febre de dengue transmite-se aos humanos pela picada do mosquito Aedes aegypti infetado e apresenta como sintomas febre e dores de cabeça e nas articulações. Num estado mais avançado, a doença pode causar hemorragias e tornar-se mortal.