06 de Fevereiro de 2015 Mais de 600 pessoas estão atualmente a ser submetidas a vários tipos de tratamentos contra a hepatite C, a maioria dos quais sem custos para o Estado, informou hoje a autoridade do medicamento. Segundo o INFARMED, «até à data» o universo total de tratamentos para a hepatite C é de 631, 375 dos quais com esquemas posológicos com medicamento inovador alternativo, sem custos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). É o caso de 200 tratamentos em ensaios clínicos com um medicamento equivalente ao inovador Sofosbuvir e de 175 tratamentos realizados ao abrigo de três Programas de Acesso Precoce (PAP) com Sofosbuvir ou equivalente, um esquema que permite aceder gratuitamente aos medicamentos. Além destes, estão a decorrer em hospitais de todo o país 94 tratamentos com Sofosbuvir e suas combinações, no âmbito de Autorizações de Utilização Exceciona (AUE). O INFARMED contabiliza ainda mais 162 tratamentos com Boceprevir autorizados. Um dos três PAP referidos pelo INFARMED engloba os cem tratamentos de Sofosbuvir oferecidos pelo laboratório Gilead em meados de janeiro e que só 15 dias depois começaram a ser encomendados pelos hospitais. A Gilead acordou, no dia 16 de janeiro, com o Ministério da Saúde o acesso sem custos ao medicamento Sofosbuvir para a hepatite C para os 100 doentes mais urgentes. Nas respostas enviadas à “Lusa”, o INFARMED informa que estes tratamentos foram aprovados no dia 20 e que os hospitais estão desde hoje a fazer as encomendas, sem no entanto explicar as razões para este intervalo de tempo. O Ministério da Saúde encontra-se há meses a negociar com a Gilead para tentar baixar o preço do fármaco proposto pelo laboratório, que chegou a ser de 48 mil euros por doente. Portugal chegou a propor a constituição de uma aliança europeia, entretanto não concretizada, no âmbito da qual sugeriu fixar o preço máximo do medicamento em 4.151 euros. Ainda assim, este valor é mais de cinco vezes superior ao preço estabelecido no Egito para o mesmo medicamento, que é de 700 euros. |