A Interpol, em comunicado, informa que nos últimos 10 anos, numa investigação denominada por “Operação Pangea”, foram retirados do mercado cerca de 105 milhões de comprimidos, ampolas e saquetas de produtos de saúde falsificados e ilícitos.
A “Operação Pangea” foi criada em 2008, contou com a participação de 153 países, levou à apreensão de 105 milhões de unidades, à inspeção de 12,9 milhões de pacotes (encomendas), dos quais 1,1 milhões acabaram apreendidos, levou ao encerramento de 82.000 sites e foram feitas 3.000 detenções.
“Os esforços de cooperação entre polícia, alfândega, órgãos reguladores e empresas do setor privado impediram que medicamentos potencialmente perigosos cheguem a consumidores inocentes e desmantelaram um número de redes ilegais que operavam por trás desses crimes”, referiu a autoridade no documento divulgado.
A Interpol indica que esta operação resulta de “um esforço internacional para interromper o acesso online da venda de produtos de saúde falsificados e ilícitos”, assim como “aumentar a consciencialização relativamente aos riscos associados à compra de medicamentos em sites não regulados”.
Na nota, a autoridade alerta para os perigos dos medicamentos não autorizados e falsificados, revela que alguns dos medicamentos apreendidos continham mercúrio, arsénico, veneno de rato ou cimento, quantidades incorretas de ingredientes ativos dos medicamentos, assim como datas de validade alteradas.
O maior número de apreensões realizadas foi de medicamentos falsificados para a disfunção erétil, assim como antidepressivos, esteróides anabolizantes e medicamentos usados para tratar diabetes ou cancro.
A Interpol sublinha que pelo menos 11% dos produtos médicos vendidos online são falsificados e que todas as regiões do mundo são afetadas.
A autoridade chama a atenção para a criminalidade organizada que vende “medicamentos ilícitos online com o único objetivo de ganhar dinheiro, sem levar em consideração a saúde ou a vida de clientes inocentes, obtendo, com esse comércio ilícito, enormes lucros”.
A Interpol aconselha os cidadãos a terem cuidado aquando da compra de medicamentos online, pedindo que verifiquem sempre se compram o medicamento através de uma origem regulamentada, com receita médica, e apenas em estabelecimentos autorizados.