Ao longo deste ano, mais de 160 farmacêuticos hospitalares de várias unidades de saúde do país apresentaram declarações de exclusão de responsabilidade, revelou a Ordem dos Farmacêuticos (OF) esta quarta-feira.
“Ao longo do último ano, mais de 160 farmacêuticos hospitalares deram conhecimento à OF das declarações enviadas aos respetivos conselhos de administração e direção dos serviços farmacêuticos”, lê-se no site da Associação Pública Profissional. Nos últimos meses, as escusas de responsabilidade chegaram dos Centros Hospitalares de Leiria, Lisboa Norte, Lisboa Central e Vila Nova de Gaia/Espinho.
Juntam-se aos profissionais do Hospital Distrital de Santarém, Hospital de Loures, Hospital de Cascais, Centro Hospitalar do Algarve, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Instituto Português de Oncologia do Porto e Centro Hospitalar Universitário de Santo António.
A Ordem assume-se solidária e compreensiva com as situações denunciadas e refere que, “em várias reuniões com o Ministério da Saúde, foi solicitada a intervenção da tutela na resolução dos constrangimentos que afetam a atividade dos profissionais que trabalham nos serviços farmacêuticos hospitalares das unidades do SNS”. Acrescenta que apelou à “intervenção dos conselhos de administração para que, no âmbito das suas competências, possam ajudar na resolução dos problemas referidos pelos farmacêuticos”.
Os números representam cerca de 20% de toda a classe profissional em meio hospitalar, a quem “a redução do número de farmacêuticos está comprometer seriamente o trabalho regular diário, as escalas de urgência, unidades de produção ou o atendimento de doentes ambulatório, entre outros”. Acresce a “recorrente falta de medicamentos essenciais, a que os serviços farmacêuticos são alheios, com implicações graves na saúde dos doentes”. Serão necessários 300 farmacêuticos hospitalares do SNS, diz.