Mais de 2% dos portugueses sofrem de clamídia e sífilis
31 de outubro de 2017 Cerca de 2,7% da população portuguesa com 18 ou mais anos está infetada por chlamydia trachomatis e 2,4% tem sífilis, doenças sexualmente transmissíveis analisadas pela primeira vez no novo Inquérito Serológico Nacional (ISN), hoje apresentado. Os dados constam do ISN 2015-2016, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e que, pela primeira vez, incluiu o estudo da prevalência de Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST), avançou a “Lusa”. O inquérito contou com a participação de 4.866 pessoas e vem atualizar o último estudo, relativo a 2001-2002. O ISN 2015-16 apurou uma prevalência de 2,7% para a chlamydia trachomatis (vulgarmente conhecida como clamídia), o que «está em consonância com as estimativas europeias de prevalência para a faixa etária avaliada neste estudo (18 a 35 anos)», segundo os autores. A seroprevalência para a bactéria treponema pallidum, que causa a sífilis, foi de 2,4%. Em relação a esta IST, o inquérito observou «valores mais elevados nas idades mais avançadas, que poderão ser explicados pela elevada incidência da sífilis em Portugal nas décadas de 60 e 70 do século passado». Para a infeção por VIH e VHC (hepatite C) foram apuradas prevalências de 0,1% e 0,3%, respetivamente. Segundo os autores, «os valores apurados corresponderão presumivelmente à prevalência de infeções não diagnosticadas na população residente em Portugal, uma vez que os critérios aplicados na seleção dos participantes do ISN excluíam os indivíduos com doença causadora de imunodeficiência e com doença hepática crónica». Ainda assim, estes valores revelam-se «consistentes com resultados de outros estudos nacionais». |