Mais de 5.000 assinaturas contra privatização do Hospital de Cantanhede 438

Mais de 5.000 assinaturas contra privatização do Hospital de Cantanhede

12 de setembro de 2014

Mais de 5.000 pessoas já subscreveram um abaixo-assinado contra a eventual privatização do Hospital de Cantanhede, disse ontem o Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP).

A petição, exigindo que o Hospital Arcebispo João Crisóstomo se mantenha «como hospital público e contra a sua privatização», reúne assinaturas de utentes deste concelho, mas também dos municípios vizinhos de Mira e Montemor-o-Velho, disse à agência “Lusa” Fátima Pinhão, dirigente do MUSP.

Nos últimos dois meses, «conseguiu-se mais de 5.000 assinaturas», na petição online e em papel, «e vai-se continuar na rua» até à sua entrega na Assembleia da República, acrescentou.

«O MUSP está contra o encerramento dos serviços públicos de proximidade», disse Fátima Pinhão, realçando que «continua a falar-se na privatização» do Hospital de Cantanhede.

No dia 27, às 15:30, o movimento vai realizar uma reunião, aberta à população, no Museu da Pedra de Cantanhede, tendo já pedido a cedência do espaço à Câmara Municipal.

Segundo aquela dirigente, a reunião destina-se a organizar a entrega da petição do Parlamento, em data a anunciar, e dar às pessoas a oportunidade de «encontrar outras formas de luta» a nível local.

A eventual privatização do Hospital de Cantanhede afetaria, «mais uma vez, os mais desfavorecidos, como idosos e reformados», salientou.

O texto da petição refere que a portaria 82 de 2014, de 10 de abril, exclui esta unidade de saúde da lista de hospitais públicos, «o que significa que o Ministério da Saúde já tomou a decisão de privatizá-lo», segundo o MUSP.

«Os abaixo-assinados pronunciam-se pela sua manutenção na esfera pública, integrado no Serviço Nacional de Saúde, no respeito do preceito constitucional de que a saúde é um direito universal, geral e tendencialmente gratuito, garantido pelo Estado».

Em julho, a deputada do PCP Rita Rato alertou para a possibilidade de privatização do Hospital de Cantanhede e criticou o encerramento das urgências e a existência de profissionais de saúde em regime de avença.

A deputada, que na ocasião se reuniu com a administração do hospital, manifestou-se preocupada «com a possibilidade de privatização, depois de um investimento público de 3,7 milhões de euros» na unidade.