Mais de 5.000 assinaturas contra privatização do Hospital de Cantanhede 12 de setembro de 2014 Mais de 5.000 pessoas já subscreveram um abaixo-assinado contra a eventual privatização do Hospital de Cantanhede, disse ontem o Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP). A petição, exigindo que o Hospital Arcebispo João Crisóstomo se mantenha «como hospital público e contra a sua privatização», reúne assinaturas de utentes deste concelho, mas também dos municípios vizinhos de Mira e Montemor-o-Velho, disse à agência “Lusa” Fátima Pinhão, dirigente do MUSP. Nos últimos dois meses, «conseguiu-se mais de 5.000 assinaturas», na petição online e em papel, «e vai-se continuar na rua» até à sua entrega na Assembleia da República, acrescentou. «O MUSP está contra o encerramento dos serviços públicos de proximidade», disse Fátima Pinhão, realçando que «continua a falar-se na privatização» do Hospital de Cantanhede. No dia 27, às 15:30, o movimento vai realizar uma reunião, aberta à população, no Museu da Pedra de Cantanhede, tendo já pedido a cedência do espaço à Câmara Municipal. Segundo aquela dirigente, a reunião destina-se a organizar a entrega da petição do Parlamento, em data a anunciar, e dar às pessoas a oportunidade de «encontrar outras formas de luta» a nível local. A eventual privatização do Hospital de Cantanhede afetaria, «mais uma vez, os mais desfavorecidos, como idosos e reformados», salientou. O texto da petição refere que a portaria 82 de 2014, de 10 de abril, exclui esta unidade de saúde da lista de hospitais públicos, «o que significa que o Ministério da Saúde já tomou a decisão de privatizá-lo», segundo o MUSP. «Os abaixo-assinados pronunciam-se pela sua manutenção na esfera pública, integrado no Serviço Nacional de Saúde, no respeito do preceito constitucional de que a saúde é um direito universal, geral e tendencialmente gratuito, garantido pelo Estado». Em julho, a deputada do PCP Rita Rato alertou para a possibilidade de privatização do Hospital de Cantanhede e criticou o encerramento das urgências e a existência de profissionais de saúde em regime de avença. A deputada, que na ocasião se reuniu com a administração do hospital, manifestou-se preocupada «com a possibilidade de privatização, depois de um investimento público de 3,7 milhões de euros» na unidade. |