Um estudo da Deco Proteste, organização de defesa do consumidor, revela que mais de um terço dos portugueses (35%) preferem comprar medicamentos sujeitos a receita médica de marca em vez de recorrerem aos genéricos.
Este estudo resultou de um inquérito feito nos meses de março e abril, de 2021, a 1.515 portugueses.
Segundo os dados divulgados, três quartos dos portugueses referiram confiar nos medicamentos genéricos, mas, quando têm de comprar um medicamentos sujeito a receita médica, 35% prefere os de marca.
Segundo a organização de defesa do consumidor as razões podem ser várias, como a preferência ou o desconhecimento.
O estudo indica ainda que 18% não acredita que os efeitos terapêuticos dos medicamentos genéricos, que apresentam um preço entre 20 a 35% inferior aos de marca, sejam iguais.
Embora reconheçam que o preço é mais baixo, 36% não sabe que os genéricos permitem poupanças ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo a Deco Proteste, 89% dos inquiridos referiu que sempre que existe um genérico mais barato, este deve ser indicado pelo farmacêutico.
Já, 44% afirmou ter sido obrigado a comprar medicamentos de marca no último ano por não haver genéricos, “algo que pode ser justificado pela falta de provisão ou pela inexistência dessa mesma solução para o medicamento em questão”, indica o estudo.
O estudo conclui que 68% acredita que o medicamento genérico é tão eficaz como o medicamento de referência, mas só 47% concordam que os genéricos não causam mais reações adversas do que os medicamentos de marca.
Citando dados do Infarmed, a Deco Proteste lembra que, este ano, quase metade das embalagens vendidas foram de genéricos, que são medicamentos que têm a mesma substância ativa, a mesma forma farmacêutica (comprimido, xarope, etc.) e a mesma indicação terapêutica que o fármaco de marca que lhes serviu de referência.