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Mais doentes pedem aos médicos para não prescreverem medicamentos

O número de doentes que faltam às consultas e que, por dificuldades financeiras, pedem aos médicos para não prescreverem medicamentos, aumentou, depois da chegada da troika em 2011. Esta é uma das conclusões de um estudo desenvolvido pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE.

 

No âmbito deste estudo, foram inquiridos cerca de 3 mil médicos que trabalham nos setores público e privado. O investigador e professor Tiago Correia revelou à “TSF” que «muitos doentes transmitem aos profissionais dificuldades financeiras para continuar terapêuticas ou para consumir medicamentos. Essa realidade é tanto sentida no Serviço Nacional de Saúde (SNS) como no setor privado. Não obstante, as respostas no SNS são mais significativas».

 

Nas respostas a este inquérito os médicos, acrescentou Tiago Correia, também se queixam de «faltas recorrentes de material» e de pressões «para gastarem menos com os doentes».

 

Tiago Correia defende que justificar a realidade retratada pelos médicos apenas com os cortes no orçamento da saúde pode ser um erro; «estamos a falar de uma inquirição que inclui médicos do setor público e do setor privado. Se é verdade que no setor público encontramos tendências mais marcadas, essas tendências também existem no setor privado. Portanto, não podemos atribuir isso apenas a cortes no Orçamento de Estado».