Manuel Pizarro não fez “rigorosamente nada” pelos farmacêuticos do SNS e não negoceia há cinco meses 526

O presidente do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF), Henrique Reguengo, considera que o ministro da Saúde não fez “rigorosamente nada” pelos farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao longo do seu mandato e acusa Manuel Pizarro de não negociar com estes profissionais há mais de cinco meses.

“Estou completamente frustrado”, admite ao Netfarma Henrique Reguengo. “Uma pessoa que supostamente estaria por dentro do Sistema, conhecia as mais-valias dos farmacêuticos e tinha capacidade e poder político para poder resolver algumas questões, veio a verificar-se que, por aí, simplesmente não oferece nada”, explica, para fazer uma avaliação negativa do ministro da Saúde em dias de incerteza em relação ao Executivo.

O farmacêutico aponta o dedo a Manuel Pizarro por “encher a boca com a questão da Residência Farmacêutica”, quando esta “foi resolvida antes da tomada de posse dele”. Para o responsável, no que diz respeito do serviços de Saúde, o ministro foi “o maior flop [fracasso] nos últimos tempos”.

A análise surge perante mais de cinco meses de silêncio entre o SNF e o Ministério, quando a reunião agendada entre ambos para o dia 2 de junho foi cancelada no dia anterior pelo segundo e nunca reagendada. “Desde essa altura, e apesar de já termos feito greve, nunca foi agendada qualquer reunião”, garante o sindicalista.

Progressão salarial gera dúvidas

O reposicionamento salarial dos trabalhadores com contrato de trabalho nas Entidades Públicas Empresariais (EPE) do SNS, anunciado pelo Ministério no início do mês, foi apenas comunicado ao SNF, não tendo existido qualquer negociação sobre a medida que abrange farmacêuticos, técnicos superiores de saúde, técnicos superiores das áreas de diagnóstico e terapêutica, técnicos superiores e assistentes técnicos.

Farmacêuticos do SNS com progressão salarial

“Nós temos algumas dúvidas – do modo como as coisas foram escritas sem nos consultar – que depois seja aplicável ao universo de farmacêuticos que era preciso abranger”, refere, para confirmar que os serviços jurídicos do SNF estão a analisar o documento, ao mesmo tempo que o Sindicato está atento às interpretações dos serviços de Recursos Humanos dos hospitais.

“Em teoria seria [uma boa notícia], na prática, não sei se não será fogo de vista”, conclui Henrique Reguengo.