A Bastonária da OF revelou recentemente preocupação sobre a situação das farmácias em insolvência (releia a notícia aqui) e o NETFARMA foi ouvir os dirigentes do setor sobre o assunto.
Nuno Flora, secretário-geral da ANF, informou que cerca de um quarto das farmácias em Portugal enfrentam processos de penhora e insolvência e que todo o setor «sofreu gravemente» os efeitos da austeridade, que continuam a sentir-se, segundo o secretário-geral daquela instituição. Já para Manuela Pacheco, presidente da AFP a «degradação da saúde financeira» das farmácias em causa tem efeito na própria credibilidade do setor junto dos cidadãos.
Nuno Flora relembra que, com as margens mais baixas da Europa, uma grande parte das farmácias portuguesas continua a ter prejuízo para dispensar os medicamentos comparticipados pelo Estado, situação que Manuela Pacheco corrobora, ao afirmar que «as margens dos medicamentos, neste momento, não são as adequadas». A presidente da AFP, que acompanha a situação de várias associadas em situação de fragilidade, recorda que as «dificuldades no abastecimento do medicamento são mais um fator de pressão para a farmácias». Alerta também para a ausência de medidas que permitam que as farmácias «ganhem maior folga». O secretário-geral da ANF defende que a fragilização das farmácias «representa um risco não só para a rede, mas também para o próprio SNS» na medida em que as farmácias asseguram igualdade territorial no acesso ao medicamento.
Para Manuela Pacheco, este assunto merece «maior atenção e ação» por parte da tutela, porque poderá «comprometer o acesso dos cidadãos aos melhores cuidados de saúde». O secretário-geral da ANF assegura que «temos vindo a alertar as autoridades para esta realidade e a propor medidas que possam introduzir um efeito corretivo, tendo sempre em vista um melhor aproveitamento da rede em benefício do SNS e dos portugueses».