Maria do Céu Machado não vai continuar no Conselho de Administração do INFARMED por mais três anos, apesar de a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap) ter aprovado a continuação da sua liderança enquanto presidente do conselho diretivo.
Em informação apurada e divulgada pelo jornal “Público”, lê-se ainda que a pediatra e ex-Alta Comissária da Saúde, Maria do Céu Machado, se opôs com veemência à transferência do INFARMED para o Porto. A intenção foi anunciada pelo Governo já em finais de 2017, mas a decisão de descentralização da autoridade do medicamento seria suspensa pelo Ministério da Saúde em setembro de 2018. O Ministro da Saúde da época, Adalberto Campos Fernandes, anunciou que a eventual mudança do INFARMED ia depender da decisão da comissão que na Assembleia da República lidera os processos de descentralização dos serviços públicos.
O pedido de parecer sobre a recondução do atual conselho diretivo do INFARMED foi enviado para a Cresap, mas não foi efetivado nem foi tido em conta neste caso, segundo a fonte. O Governo pede o parecer da Cresap quando indigita gestores públicos, porém depois de as regras terem sido alteradas, o parecer apenas é tornado público quando há nomeação governamental.
Maria do Céu Machado foi nomeada em maio de 2017 para substituir Henrique Luz Rodrigues, que tinha atingido o limite de idade, 70 anos. Antes de ir para o INFARMED, dirigiu o departamento de Pediatria do Hospital de Santa Maria e foi Alta Comissária para a Saúde e diretora clínica do hospital de Amadora Sintra.
O conselho diretivo do INFARMED é integrado ainda por Rui Ivo, vice-presidente, e Sofia Oliveira Martins, vogal.