Maria do Céu Machado: Transferência do INFARMED ameaça saúde pública em Portugal e no mundo 722

Maria do Céu Machado: Transferência do INFARMED ameaça saúde pública em Portugal e no mundo

 


18 de julho de 2018

A presidente do INFARMED, Maria do Céu Machado, alertou ontem que uma deslocalização da instituição pode ser uma «ameaça à saúde pública» em Portugal e também no mundo.

Ouvida ontem na comissão parlamentar de Saúde, a propósito de uma eventual deslocalização da autoridade do medicamento português de Lisboa para o Porto, anunciada pelo ministro da Saúde, a responsável deixou também duras críticas a um relatório pedido pelo Governo, que considerou superficial e opinativo.

As conclusões do relatório do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para apreciar a deslocalização do INFARMED para o Porto foram divulgadas na última semana de junho.

Ontem no parlamento a responsável do INFARMED criticou duramente o documento, disse não entender os benefícios da deslocalização e alertou para perigos para a saúde pública, para custos e para perda de credibilidade do INFARMED e de Portugal.

Maria do Céu Machado começou por dizer que o facto de mais de 90% dos trabalhadores do INFARMED não quererem ir para o Porto não é por «birra» mas pelos custos pessoais, familiares e financeiros que a mudança acarreta.

E depois, respondendo aos deputados, disse que «obviamente» com a perda de trabalhadores vai haver perda de produtividade e isso é uma ameaça à saúde pública em Portugal, mas também no resto do mundo, porque há muitos medicamentos pelos quais o INFARMED é responsável durante todo o ciclo de vida.

«Somos um país de referência na avaliação de medicamentos, quando o país é responsável por uma avaliação é responsável por esse medicamento. Se estivermos dois ou dois anos e meio num processo de deslocalização», a quebra de atividade pode por «em risco» a segurança desse medicamento, o que levaria «a um problema» para todos os países da Europa e de outros países fora da Europa, avisou, citada pela “Lusa”.