Maribavir aprovado pela Comissão Europeia para o Tratamento de Adultos Com Infeção e/ ou Doença por Citomegalovirus Pós-Transplante Refratárias 955

A Takeda (TSE:4502/NYSE:TAK) acaba de anunciar que a Comissão Europeia (CE) concedeu a Autorização de Comercialização para LIVTENCITYTM (maribavir) para o tratamento da infeção e/ou doença por citomegalovírus (CMV) refratárias (com ou sem resistência) a uma ou mais terapêuticas anteriores, incluindo ganciclovir, valganciclovir, cidofovir ou foscarnet, em doentes adultos que tenham sido sujeitos a transplante de células estaminais hematopoiéticas (HSCT) ou transplante de órgão sólido (SOT).4 LIVTENCITYTM é o primeiro e único tratamento oral inibidor da proteína cinase UL97 do CMV e os seus substratos sensíveis.

O CMV é uma das infeções mais comuns em doentes transplantados com uma taxa de incidência a nível mundial estimada entre 16 a 56% em SOT e de 30 a 80% em recetores de HSCT. Em 2019, mais de 34.000 SOT, incluindo transplante de fígado, rim e coração, e mais de 48.000 HSCTs foram realizados na Europa e países vizinhos. Embora a prevenção e a gestão da infeção por CMV em doentes com SOT e HSCT com terapêuticas disponíveis possam ajudar a melhorar os resultados, infeções revolucionárias ainda podem ocorrer com profilaxia, e algumas infeções por CMV podem não responder ao tratamento.

“A Sociedade Europeia para a Transplantação de Órgãos (ESOT, na sigla em inglês) entende que o percurso clínico do doente transplantado se estende muito além do próprio transplante. Quando não tratado com sucesso, o CMV representa um desafio para o recetor e para os seus médicos e, muitas vezes, conduz a um aumento da rejeição de órgãos, taxas de hospitalização mais elevadas e maior sobrecarga dos recursos de saúde, contribuindo para desigualdades em todo o sistema”, referiu o Dr. Luciano Potena, Presidente da ESOT. “A aprovação de LIVTENCITY pela CE reconhece a necessidade de uma nova abordagem antiviral para a gestão da infeção por CMV refratária (com ou sem resistência) a uma ou mais terapêuticas anteriores.”

A autorização centralizada de introdução no mercado é válida em todos os estados-membros da União Europeia, bem como na Islândia, Liechtenstein, Noruega e Irlanda do Norte, e foi baseada no estudo de Fase 3 SOLSTICE, que avaliou a segurança e eficácia de LIVTENCITY versus terapêuticas antivirais convencionais – ganciclovir, valganciclovir, cidofovir ou foscarnet – para o tratamento de recetores adultos de HSCT e SOT com infeção por CMV refratária (com ou sem resistência) a terapêuticas anteriores.

A aprovação da CE é a quarta aprovação de LIVTENCITY para infeção refratária (com ou sem resistência) por CMV pós-transplante, depois de aprovado nos EUA, Canadá e Austrália.

“Os doentes que recebem um transplante podem enfrentar uma jornada difícil no período de recuperação que envolve terapêuticas para suprimir o seu sistema imunitário. A carga adicional provocada por uma infeção por CMV que se torna refratária ao tratamento e que pode ameaçar o sucesso do transplante é um desafio para estes doentes”, referiu Carla Benedito, Diretora Geral da Takeda em Portugal. “A aprovação de LIVTENCITY pela CE representa um privilégio, já que permite disponibilizar aos profissionais de saúde na UE e no Espaço Económico Europeu* um tratamento antiviral oral adicional para a infeção por CMV refratária pós-transplante.”

Sobre o CMV
O CMV é um Herpesvirus beta que infeta, comummente, humanos; pode ser encontrada evidência serológica de infeção prévia em 40-100% de diversas populações adultas. Geralmente, o CMV reside latente e assintomático no organismo, mas pode manifestar-se durante períodos de imunossupressão. Em indivíduos com o sistema imunitário comprometido pode originar doença grave, como é o caso dos doentes que recebem imunossupressores associados a vários tipos de transplante, incluindo HSCT ou SOT.5 Dos cerca de 200.000 transplantes em adultos/ ano a nível mundial, a infeção por CMV é uma das infeções virais mais comuns em recetores de transplante, com uma taxa de incidência estimada entre 16 a 56% em recetores de transplante de órgãos sólidos e entre 30 a 80% em recetores de células-tronco hematopoiéticas.

Em recetores de transplante, a manifestação do CMV pode originar consequências graves, incluindo a perda do órgão transplantado e, em casos extremos, pode ser fatal. As terapêuticas existentes para tratar infeções pós-transplante por CMV podem apresentar efeitos colaterais graves que requerem ajustes da dose podem não suprimir adequadamente a replicação viral. Além disso, as terapêuticas existentes, devido à administração, podem exigir ou prolongar a hospitalização.

Sobre LIVTENCITY
LIVTENCITYTM (maribavir), 200 mg comprimidos revestidos por película, é um composto anti-CMV biodisponível administrado por via oral, é o primeiro e único agente antiviral que tem como alvo e inibe a proteína quinase UL97 e seus substratos sensíveis. A dose recomendada de LIVTENCITY é de 400 mg (dois comprimidos de 200 mg) duas vezes por dia, o que resulta numa dose diária de 800 mg, durante 8 semanas. Poderá ser necessário individualizar a duração do tratamento com base nas características clínicas de cada doente Está aprovado pela Food and Drug Administration dos EUA para o tratamento de adultos e população pediátrica (a partir dos 12 anos de idade e com peso corporal não inferior a 35 kg) com infeção/doença por CMV pós-transplante refratárias ao tratamento (com ou sem resistência genotípica) a ganciclovir, valganciclovir, cidofovir ou foscarnet. Está aprovado pela CE para o tratamento de infeção e/ou doença por CMV refratárias (com ou sem resistência) a uma ou mais terapêuticas anteriores, incluindo ganciclovir, valganciclovir, cidofovir ou foscarnet em doentes adultos submetidos a HSCT ou SOT. Também está aprovado pela Health Canada para o tratamento de adultos com infeção/doença por CMV pós-transplante refratárias (com ou sem resistência genotípica) a um ou mais terapêuticas antivirais. LIVTENCITY também está aprovado na Austrália para o tratamento de adultos com infeção por CMV pós-transplante e resistentes, refratárias ou intolerantes a uma ou mais terapêuticas anteriores.

No seguimento desta aprovação, decorre atualmente o processo e avaliação prévia hospitalar por parte do INFARMED. Livtencity não está comercializado em Portugal.

Sobre o Ensaio SOLSTICE
O estudo TAK-620-303 (SOLSTICE) (NCT02931539, EudraCT 2015-004725-13) é um estudo de fase 3 de superioridade, multicêntrico, aleatorizado, sem ocultação, controlado por ativo que avaliou a eficácia e segurança do tratamento com maribavir em comparação com a terapêutica antiviral convencional em 352 recetores de transplante de células progenitoras hematopoiéticas e transplantes de órgãos sólidos com infeções por CMV que foram refratárias ao tratamento com ganciclovir, valganciclovir, foscarnet ou cidofovir. Os doentes adultos foram estratificados por tipo de transplante (HSCT ou SOT) e níveis de ADN de CMV no screening e, posteriormente, aleatorizados numa razão de 2:1 para receber maribavir (n=235) (400 mg, duas vezes por dia) ou terapêuticas antivirais convencionais (n=117) (conforme o tratamento atribuído pelo investigador) durante um período de tratamento de 8 semanas e um período de seguimento de 12 semanas.

O endpoint de eficácia principal foi a eliminação confirmada da viremia do CMV (limite inferior de quantificação, [<LLOQ; ou seja, <137 UI/mL] em 2 amostras consecutivas separadas por pelo menos 5 dias, conforme avaliado pelo teste COBAS® AmpliPrep/COBAS® TaqMan® CMV) à semana 8. O endpoint secundária chave foi a eliminação da virémia do CMV e controlo dos sintomas de infeção por CMV à semana 8 com manutenção deste efeito de tratamento até à semana 16 do estudo.

Sobre a Takeda
A Takeda é uma empresa biofarmacêutica líder mundial, sediada no Japão, baseada em valores e orientada para a I&D. A Takeda em Portugal foca os seus esforços em quatro áreas terapêuticas: Oncologia, Gastrenterologia, Hemofilia & Plasma e Doenças Raras Genéticas. Também investimos em I&D direcionada para Neurociências e Vacinas. Estamos focados em desenvolver terapêuticas altamente inovadoras que façam a diferença na vida das pessoas, superando fronteiras com novas opções terapêuticas e impulsionando o nosso forte sistema colaborativo de I&D e competências para criar um pipeline robusto e diversificado. Os nossos colaboradores estão empenhados em melhorar a qualidade de vida dos doentes e em trabalhar com os nossos parceiros nos cuidados de saúde em aproximadamente 80 países e regiões. Para mais informação, visite http://www.takeda.pt

Referências
1. Avram S, et al. Novel drug targets in 2021. Nat Rev Discov. 2022;21(5):328-328.
2. Ramanan P, et al. Cytomegalovirus infections in solid organ transplantation: a review. Infect Chemother. 2013;45(3):260.
3. Camargo JF, et al. Emerging concepts in cytomegalovirus infection following hematopoietic stem cell transplantation. Hematol Oncol Stem Cell Ther. 2017;10(4):233-238.
4. LIVTENCITYTM (maribavir) European Summary of Product Characteristics.
5. Azevedo L, et al. Cytomegalovirus infection in transplant recipients. Clinics (Sao Paolo). 2015;70(7):515-523.
6. Styczynski J. Who is the patient at risk of CMV recurrence: a review of the current scientific evidence with a focus on hematopoietic cell transplantation. Infect Dis Ther. 2018;7:1-16.
7. Vanholder R, et al. Organ donation and transplantation: a multi-stakeholder call to action. Nat Rev Nephrol. 2021;17:554-568.
8. Passweg JR, et al; European Society for Blood and Marrow Transplantation Hematopoietic cell transplantation and cellular therapy survey of the EBMT: monitoring of activities and trends over 30 years. Bone Marrow Transplant. 2021;56(7):1651-1664. doi:10.1038/s41409-021-01227-8
9. Marty FM, et al. Letermovir prophylaxis for cytomegalovirus in hematopoietic-cell transplantation. N Engl J Med. 2017;377(25):2433-2444. doi:10.1056/NEJMoa1706640
10. Chemaly RF, et al. Definitions of resistant and refractory cytomegalovirus infection and disease in transplant recipients for use in clinical trials. Clin Infect Dis. 2019;68(8):1420-1426. doi:10.1093/cid/ciy696
11. Takeda. Health Canada approves Takeda’s LIVTENCITYTM (maribavir) the first and only treatment for adults with post-transplant cytomegalovirus (CMV) infection. Published September 20, 2022. https://www.takeda.com/en-ca/newsroom/news-releases/2022/health-canada-approves-takedas-livtencity-maribavir-the-first-and-only-treatment-for-adults-with-post-transplant-cytomegalovirus-cmv-infection/.
12. Takeda. Takeda’s LIVTENCITY (maribavir) approved by U.S. FDA as the first and only treatment for people ages 12 and older with post-transplant cytomegalovirus (CMV), refractory (with or without genotypic resistance) to conventional antiviral therapies. Published November 23, 2021. https://www.takeda.com/newsroom/newsreleases/2021/takeda-livtencity-maribavir-approved-by-us-fda/.
13. Therapeutic Goods Administration (TGA). LIVTENCITY maribavir 200 mg film coated tablet bottle (380132) [Australian product information]. Therapeutic Goods Administration (TGA). Published October 8, 2022. https://www.tga.gov.au/resources/artg/380132
14. de la Hoz R. Diagnosis and treatment approaches to CMV infections in adult patients. J Clin Virol. 2002;25(Suppl 1):S1-S12.
15. Martín-Gandul C, et al. Clinical impact of neutropenia related with the preemptive therapy of CMV infection in solid organ transplant recipients. J Infect. 2014;69(5):500-506.
16. Avery RK, et al. Maribavir for refractory cytomegalovirus infections with or without resistance post-transplant: results from a phase 3 randomized clinical trial. Clin Infect Dis. 2022;75(4):690-701. doi:10.1093/cid/ciab988