A ministra da Saúde demissionária, Marta Temido, “desempenhou funções de serviço público ao mais alto nível”, considera a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).
Nos últimos 4 anos, Marta Temido, “Administradora Hospitalar e associada da (APAH), desempenhou funções de serviço público ao mais alto nível, tendo emprestado ao Ministério da Saúde todo o seu empenho e dedicação”, afirma em comunicado a associação.
Para a APAH, “depois de um percurso profissional reconhecido (quer na gestão de unidades de saúde, como na gestão de entidades centrais como a ACSS)”, a ex-ministra “liderou o Ministério da Saúde num dos seus momentos mais difíceis e contribuiu de forma abnegada e incansável para a resposta à pandemia”.
“Vários foram os momentos em que discordamos da sr.ª ministra Marta Temido e das suas opções de governação. Discordamos apresentando alternativas, sempre com o objetivo de contribuir para a melhoria do funcionamento do nosso sistema de saúde”, garante a associação. “A não revisão da carreira de administração Hospitalar foi o motivo da nossa maior discordância. Trata-se de uma carreira estratégica para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, a sua revisão, permitiria acrescentar eficiência e sustentabilidade às unidades de saúde que o constituem. Entendemos que poderia ter sido feito mais e que a carreira podia (e devia) ter sido revista. Foi uma oportunidade perdida”, lê-se ainda.
Ainda assim, a APAH afirma não ignorar “que a ação do Ministério da Saúde, e da sua ministra, foi (e é), fortemente condicionada pelas opções do Governo, particularmente por aquelas que são determinadas pelo Ministério das Finanças. Sabemos também que os problemas de hoje são resultado das opções de ontem e que o SNS acumula décadas de desinvestimento, por parte de sucessivos governos”.
“No momento em que cessa funções, a professora doutora Marta Temido merece o nosso reconhecimento pelos anos em que liderou o Ministério da Saúde. A APAH deseja-lhe as maiores venturas pessoais e profissionais, na certeza de que o propósito do seu contributo foi sempre o de construir um SNS mais forte e responsivo”, conclui.
