Medicamento evita transmissão do vírus da sida em homossexuais 17 de Setembro de 2015 Um estudo feito no Reino Unido com homens que têm sexo com homens e que usaram o truvada como método profiláctico mostrou que o fármaco diminuiu em 86% o risco da transmissão do vírus da sida, segundo um artigo publicado agora na revista científica “The Lancet”.
O truvada contém emtricitabina e tenofovir, dois antivirais que impedem a replicação do vírus da imunodeficiência humana (VIH) nas células humanas. Desde 2004 que o medicamente está no mercado norte-americano para tratar pessoas que foram infetadas pelo vírus da sida. Em 2005, o medicamento chegou à Europa com o mesmo propósito, lembrou o jornal “Público”.
Mais tarde, o truvada começou a ser alvo de ensaios clínicos para testar a eficácia desde medicamento como profilaxia antes da exposição ao vírus.
Enquanto o preservativo impede o contacto físico entre o vírus e as membranas mucosas, e é um dos métodos mais eficazes para evitar a transmissão do VIH, o truvada atua a jusante, impedindo a replicação do vírus nas células e evitando que a infeção se estabeleça.
A profilaxia pós-exposição, que usa uma certa combinação de medicamentos, está disponível em Portugal, ao contrário da profilaxia pré-exposição, já que o truvada não foi aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos para esse fim. Mas nos Estados Unidos, depois de vários estudos que mostraram a eficácia do medicamento, o truvada passou em 2012 a ser indicado como profilático.
«Quando tomado todos os dias, a PrEP pode dar um alto nível de proteção contra o VIH, e é ainda mais eficaz quando combinado com o uso de preservativo e de outros métodos de proteção», lê-se no site dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, a agência pública de saúde dos Estados Unidos.
«Não se deve parar de usar os preservativos por se estar a tomar a PrEP. Se a PrEP é tomada diariamente, oferece muita protecção contra a infecção do VIH, mas não 100% de protecção. Os preservativos também oferecem muita proteção contra a infeção do VIH se forem usados corretamente cada vez que se tem sexo, mas não oferecem 100% de proteção. A PrEP não dá qualquer proteção a outras infeções que podem ser transmitidas durante o sexo, mas os preservativos dão», explica ainda aquele site.
A demonstração da eficácia da PrEP foi feita apenas para o VIH-1, o tipo de vírus da sida mais comum. Não há informação sobre a sua eficácia para o VIH-2, um vírus que representa uma minoria dos casos de sida em Portugal. |