Medicamento para colesterol aumenta risco de morte, revela estudo
17 de julho de 2014
Um estudo internacional hoje divulgado revela que a niacina (vitamina do complexo B usada no tratamento do colesterol) não reduz o risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, aumenta, pelo contrário, o risco de morte.
Por isso, a maioria das pessoas não devia tomar este suplemento amplamente utilizado, também conhecido como vitamina B3, de acordo com um editorial no “New England Journal of Medicine”, publicado com os resultados do ensaio clínico realizados.
A niacina ganhou popularidade nos últimos 50 anos e atua essencialmente em levantar os níveis do “bom colesterol” (HDL).
No entanto, o estudo de quatro anos, em pessoas com idades entre os 50 e os 80 anos e com colesterol elevado, não encontrou nenhum benefício nas taxas de ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais, segundo o “New England Journal of Medicine”, citado pela agência noticiosa “AFP”.
O estudo incluiu 25.673 pessoas que já tomavam medicação para reduzir o colesterol.
A alguns foi-lhes prescrito também niacina como fármaco de libertação prolongada, enquanto a outros pacientes foram, aleatoriamente, administrados placebos.
A niacina «foi associada a um aumento tendencial da morte», disseram os cientistas, acrescentando que está também associada a «significativos aumentos de efeitos secundários graves: problemas de fígado, excesso de infeções, excesso de sangramento, gota, perda do controlo do açúcar no sangue de diabéticos e o desenvolvimento de diabetes em pessoas que tinham a doença quando o estudo começou».
Donald Lloyd-Jones, responsável pela Medicina Preventiva na Northwestern University Feinberg School of Medicine e no hospital Northwestern Memorial, disse que 9% do aumento do risco de morte entre os utilizadores de niacina – que os cientistas consideram elevado – significa que os benefícios são ofuscados.
«Pode haver uma morte por cada 200 pessoas a quem prescrevemos a niacina», vincou Lloyd-Jones, que escreveu o editorial no jornal, apontou a “Lusa”.
«Com este tipo de resultado, esta é uma terapia inaceitável para a maioria dos pacientes», concluiu.