A Associação Nacional das Farmácias (ANF) divulgou um estudo da Adjustt, equipa de consultoria da Glintt, sobre o “Impacto da pandemia covid-19 na atividade das Farmácias”, que indica que o crédito concedido pelas farmácias aos portugueses atingiu um valor recorde de 76 milhões de euros, resultado da pandemia de covid-19.
De acordo com esta análise, em março registou-se um aumento de concessão de crédito a clientes de mais de 11% face ao mês anterior, atingindo os 7,8 milhões de euros. Em média, cada farmácia concedeu mais de 2 695 euros de crédito aos utentes, acumulando 26.323 euros de créditos à comunidade.
“Cada farmácia adianta medicamentos sem custos a 163 portugueses, o que permite estimar entre 450 mil e 500 mil portugueses beneficiários de créditos na rede portuguesa”, indica a ANF no comunicado divulgado.
“Durante a pandemia, as farmácias assumiram o objectivo de garantir o acesso a medicamentos e produtos de saúde a todos os portugueses, em condições de igualdade em qualquer ponto do território”, explicou Paulo Cleto Duarte, presidente da Associação Nacional das Farmácias, no mesmo comunicado.
O presidente da ANF avançou que a “rede atravessa uma crise, com 26% das farmácias a enfrentarem processos de insolvência e penhora, mas continua a confiar nos portugueses e a merecer a sua confiança”.
No mês de março, verificou-se também um crescimento de 40% face ao mês anterior no recurso a vendas suspensas comparticipadas realizadas pelas farmácias, com cada farmácia a assumir o risco de adiantar 1.027 euros de comparticipações a doentes sem receita médica.
Para Paulo Cleto Duarte, “Isso só foi possível graças ao bom entendimento das Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos, que chegaram a um consenso para a renovação da dispensa na farmácia, por dois meses, com respeito pela última prescrição médica e com a devida comparticipação”.
Para a realização deste estudo foi considerada uma amostra de 625 farmácias, de todos os distritos do continente e ilhas, entre Janeiro a março de 2020.