O papel da inovação, bem como os desafios e oportunidades no acesso a tratamentos inovadores, voltam a estar no centro do debate, numa sessão promovida pela Plataforma Saúde em Diálogo, agora dedicada às terapêuticas biológicas.
A 2.ª edição das Innovation Talks, que resulta de uma parceria entre a Plataforma Saúde em Diálogo e a AstraZeneca, decorrerá no dia 5 de dezembro, pelas 14h, no auditório da Ordem dos Farmacêuticos, em Lisboa.
Reduzem complicações e internamentos
Os medicamentos biológicos são utilizados para tratar diversas doenças, entre as quais: doenças oncológicas, artrite reumatoide; espondilite anquilosante; artrite psoriática; doença de Crohn; colite ulcerosa; psoríase; lúpus eritematoso sistémico; esclerose múltipla; asma grave; doença inflamatória intestinal ou dermatite atópica.
João Gonçalves, professor e investigador da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, principal orador da sessão, sublinha, em comunicado, que “as terapias biológicas estão na vanguarda da medicina personalizada, permitindo tratamentos adaptados ao perfil genético e molecular do doente”.
Segundo João Gonçalves “Embora as terapias biológicas tenham custos iniciais mais elevados, podem reduzir complicações e internamentos a longo prazo, diminuindo os custos totais do tratamento. No entanto, enfrentam desafios como produção complexa, necessidade de armazenamento especial e o desenvolvimento de resistência por parte de alguns doentes. Ainda assim, avanços em biotecnologia, como o desenvolvimento de biossimilares e novas plataformas (por exemplo, microneedles ou RNA mensageiro), prometem ampliar o acesso e a eficiência destes tratamentos”.
Apesar da reconhecida mais-valia terapêutica que aportam, após a aprovação do seu financiamento pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e respetiva inclusão no formulário hospitalar, a maioria das terapêuticas biológicas passa ainda por um processo prévio de avaliação e aprovação internos pelas Comissões de Farmácia e Terapêutica (CFT) de cada hospital. Este processo pode variar entre unidades hospitalares, em termos de tempos de resposta/aprovação de utilização, o que pode gerar iniquidades nas condições de acesso a estes medicamentos a nível nacional.
A sessão
Além de João Gonçalves, a sessão contará com as intervenções de Ana Paróla, farmacêutica Hospitalar na ULS Lisboa Ocidental, Luís Cunha Miranda, presidente do Colégio da Especialidade de Reumatologia da Ordem dos Médicos (por confirmar), Armando Alcobia, em representação da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica, e ainda Jaime Melancia e Joana Camilo em representação de Associação Portuguesa de Psoríase e da Associação Dermatite Atópica Portugal.
A sessão é aberta ao público, devendo as inscrições ser feitas aqui.