De acordo com um estudo do National Institute for Health and Care Excellence (Nice) medicamentos como paracetamol, ibuprofeno ou aspirina podem ser prejudiciais para quem sofre de doenças crónicas.
“A dor crónica costuma ser difícil de tratar e pode ter um impacto significativo nos indivíduos, nas suas famílias e nos seus cuidadores. As estimativas sugerem que a dor crónica pode afetar entre um terço e metade da população, embora não se saiba qual a proporção de pessoas que têm dor crónica que precisam ou desejam receber tratamento. Quase metade das pessoas com dor crónica tem um diagnóstico de depressão e dois terços das pessoas não conseguem trabalhar por causa disso”, indica o estudo.
“É importante destacar a importância fundamental de uma boa comunicação para a experiência de cuidar de pessoas com dor crónica. Quando muitos tratamentos são ineficazes ou não são bem tolerados, é importante entender como a dor está a afetar a vida de uma pessoa e os que a rodeiam, porque saber o que é importante para a pessoa é o primeiro passo no desenvolvimento de um plano de cuidados eficaz”, indica Paul Chrisp, diretor do Centro de Diretrizes do NICE.
Neste estudo, o NICE aconselha os médicos a não prescrevam estes analgésicos em casos em que o paciente tenha dores constantes ou stress. Em alternativa sugerem que deve-se aconselhar aos pacientes programas de grupo, terapia psicológica ou acupuntura, por exemplo.
Segundo o NICE, o médico tem de colocar o doente no centro do cuidado e promover uma relação colaborativa e de apoio, pois a comunicação também é um pilar essencial para tratar a dor crónica.
O estudo indica também que, embora alguns antidepressivos possam ser considerados como forma de tratamento, paracetamol e outros medicamentos anti-inflamatórios não devem ser prescritos.
“Embora haja poucas ou nenhumas provas de que fazem a diferença na qualidade de vida, dor ou problemas psicológicos das pessoas, existem provas de que podem ser prejudiciais”, indica o estudo, referindo-se, por exemplo, à possibilidade de vício.
Paul Chrisp conclui que é necessário continuar a investigar opções de tratamento disponíveis para tratar a dor crónica, para que as soluções escolhidas não façam mais mal do que bem.
Consulte as guidelines do estudo aqui.