Medicamentos em falta no hospital do Funchal estão em rutura nacional, diz Serviço de Saúde da Madeira 646

Os medicamentos em falta no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, estão em rutura nacional, indicou o Serviço Regional de Saúde da Madeira (Sesaram), na sequência de uma denúncia feita pelo partido Juntos Pelo Povo (JPP) na sexta-feira.

“A falta de medicamentos citada pelo JPP não é uma falta específica do Hospital Dr. Nélio Mendonça. Os medicamentos em causa estão em rutura nacional”, afirma o Sesaram, em comunicado, criticando “o aproveitamento político desta situação que é totalmente alheia à instituição”.

Os medicamentos em rutura são o Letrozol e o Megestrol suspensão oral (usados no tratamento do cancro da mama e do útero) e o Everolimus 10mg (usado para prevenir rejeição de transplantes e também em tratamentos oncológicos), refere a autoridade regional.

De acordo com o Sesaram, o Everolimus 10 mg está a ser substituído por dois comprimidos de 5mg e o Megestrol suspensão oral está a ser disponibilizado em comprimidos.

“Relativamente ao medicamento Letrozol, que está em rutura no fornecedor, informamos que o Serviço de Saúde já recorreu, em 09 de fevereiro, a um distribuidor local, que disponibilizou todas as caixas do fármaco que tinha em ‘stock’ para a farmácia distribuir rateadamente aos utentes”, acrescenta.

“Face ao exposto, e estando em rutura no fornecedor, efetuou-se nova consulta para outros laboratórios, tendo sido adjudicado à farmacêutica “Accord” 9.660 comprimidos, que chegarão à farmácia hospitalar, a qualquer momento”, lê-se na nota.

Na sexta-feira, o JPP denunciou falta de medicação para doentes oncológicos no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, no mês de março, considerando que a escassez de medicamentos é “inaceitável”.

O deputado do JPP Paulo Alves afirmou em conferência de imprensa no Funchal, que “a falta de medicação, especialmente para doentes oncológicos, é inaceitável e prejudicial”.

De acordo com o parlamentar, há doentes que enfrentaram meses sem tratamento devido à escassez e falta de medicamentos, que resultaram em dificuldades financeiras adicionais devido ao custo dos fármacos em farmácias privadas.

“Estamos a falar de pessoas com rendimentos limitados, algumas sem trabalho, que enfrentam um acréscimo de despesas, na ordem dos 30 a 40 euros para medicação que o Serviço Regional de Saúde deveria fornecer, mas não o faz”, afirmou.

O deputado recordou que o problema da falta de medicamentos no hospital do Funchal é recorrente, exigindo uma resposta por parte das autoridades de saúde da Madeira.