Os medicamentos em falta no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, estão em rutura nacional, indicou o Serviço Regional de Saúde da Madeira (Sesaram), na sequência de uma denúncia feita pelo partido Juntos Pelo Povo (JPP) na sexta-feira.
“A falta de medicamentos citada pelo JPP não é uma falta específica do Hospital Dr. Nélio Mendonça. Os medicamentos em causa estão em rutura nacional”, afirma o Sesaram, em comunicado, criticando “o aproveitamento político desta situação que é totalmente alheia à instituição”.
Os medicamentos em rutura são o Letrozol e o Megestrol suspensão oral (usados no tratamento do cancro da mama e do útero) e o Everolimus 10mg (usado para prevenir rejeição de transplantes e também em tratamentos oncológicos), refere a autoridade regional.
De acordo com o Sesaram, o Everolimus 10 mg está a ser substituído por dois comprimidos de 5mg e o Megestrol suspensão oral está a ser disponibilizado em comprimidos.
“Relativamente ao medicamento Letrozol, que está em rutura no fornecedor, informamos que o Serviço de Saúde já recorreu, em 09 de fevereiro, a um distribuidor local, que disponibilizou todas as caixas do fármaco que tinha em ‘stock’ para a farmácia distribuir rateadamente aos utentes”, acrescenta.
“Face ao exposto, e estando em rutura no fornecedor, efetuou-se nova consulta para outros laboratórios, tendo sido adjudicado à farmacêutica “Accord” 9.660 comprimidos, que chegarão à farmácia hospitalar, a qualquer momento”, lê-se na nota.
Na sexta-feira, o JPP denunciou falta de medicação para doentes oncológicos no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, no mês de março, considerando que a escassez de medicamentos é “inaceitável”.
O deputado do JPP Paulo Alves afirmou em conferência de imprensa no Funchal, que “a falta de medicação, especialmente para doentes oncológicos, é inaceitável e prejudicial”.
De acordo com o parlamentar, há doentes que enfrentaram meses sem tratamento devido à escassez e falta de medicamentos, que resultaram em dificuldades financeiras adicionais devido ao custo dos fármacos em farmácias privadas.
“Estamos a falar de pessoas com rendimentos limitados, algumas sem trabalho, que enfrentam um acréscimo de despesas, na ordem dos 30 a 40 euros para medicação que o Serviço Regional de Saúde deveria fornecer, mas não o faz”, afirmou.
O deputado recordou que o problema da falta de medicamentos no hospital do Funchal é recorrente, exigindo uma resposta por parte das autoridades de saúde da Madeira.