Medicamentos genéricos poupam 140 milhões de euros anuais no VIH 278

Os medicamentos genéricos geram uma poupança anual de 140 milhões de euros no tratamento do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo dados divulgados pela Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN), com base numa análise realizada pela sua Comissão Técnica de Fármaco-Economia (CTFE).

Considerando que os atuais encargos terapêuticos com a VIH representaram um dos maiores aumentos de despesa entre janeiro e junho de 2023, de acordo com o relatório de monitorização do consumo de medicamentos em meio hospitalar do Infarmed, o potencial dos medicamentos genéricos para aumentar o acesso dos doentes à terapêutica com redução da despesa é muito significativo.

A APOGEN, representada pela sua presidente Maria do Carmo Neves, salienta que os “medicamentos genéricos revolucionaram a acessibilidade no tratamento desta doença crónica que impacta a vida de cerca de 48 mil portugueses. Lançados em 2019, no mercado português, os primeiros antirretrovirais genéricos permitiram uma diminuição significativa com encargos terapêuticos no VIH, potenciando o maior acesso e a sustentabilidade financeira do SNS, devido ao seu preço mais acessível.”

Tendo em conta o objetivo desta efeméride mundial em impedir atuais e futuras desigualdades no combate desta doença, de acordo com as metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na perspetiva da presidente da APOGEN, “enquanto não conseguimos concretizar o objetivo global de erradicar a SIDA, os medicamentos genéricos têm permitido aumentar a qualidade de vida dos doentes com VIH.”

Num período de incerteza política, económica e social, a APOGEN considera que “nunca foi tão relevante a discussão do atual modelo do SNS, incluindo dimensões como a sustentabilidade e a eficiência financeira, pelo que os medicamentos genéricos, ao serem mais custo-efetivos, aumentam a oferta de fármacos e facilitam uma gestão equilibrada dos recursos existentes.

Ainda assim, a tutela precisa de ter em consideração o contributo da indústria de medicamentos genéricos e biossimilares para o Estado e proporcionar a viabilidade financeira destes segmentos no mercado. Face aos desafios operacionais, económicos e de contexto, é prioritário assegurar uma cadeia de valor do medicamento competitiva e capaz de garantir o abastecimento e evitar potenciais ruturas, de modo a não impactar futuros lançamentos de fármacos que geram mais acesso à saúde”, conclui a Presidente da APOGEN, Maria do Carmo Neves.