Médicas Fátima Faustino e Sandra Sousa lançam livro sobre endometriose 875

Fátima Faustino, coordenadora do Centro Especializado em Endometriose do Hospital Lusíadas Lisboa, e Sandra Sousa, responsável de Imagiologia da mesma unidade, acabam de lançar o livro “Endometriose – a doença das mil faces”. A obra foi apresentada aos profissionais de saúde à margem da realização da 194ª Reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia – Endoscopia Ginecológica Global.

A obra disponibiliza informação detalhada sobre os diferentes aspetos da endometriose e divide-se em duas partes distintas. A primeira parte tem como foco a revisão dos conhecimentos atuais pelos diferentes especialistas que estão envolvidos na fase de diagnóstico e decisão terapêutica e a segunda apresenta as várias formas de manifestação da endometriose com recurso a exemplos práticos. No livro encontra-se ainda um atlas radiológico, que tem como objetivo orientar o radiologista através da análise de vários casos, e a exposição de casos clínicos concretos.

“Esta obra multidisciplinar, orientada para os vários intervenientes na abordagem das doentes com endometriose, destina-se sobretudo a radiologistas e ginecologistas, em fase de formação ou que, apesar de já experientes, desejem explorar ou procurem auxilio para o esclarecimento e tomada de decisão em casos que, frequentemente, são um enorme desafio tanto do ponto de vista do diagnóstico como do tratamento”, explica Fátima Faustino, autora do livro.

“Infelizmente, ainda se verifica um considerável atraso no diagnóstico da endometriose, uma situação que provoca um grande sofrimento e uma diminuição na qualidade de vida destas doentes. A identificação e o tratamento precoces são essenciais para evitar os efeitos negativos da dor, prevenir a progressão da doença e preservar a fertilidade. Desta forma, este livro assume-se como uma ferramenta essencial para os profissionais de saúde e que poderá fazer a diferença no acompanhamento destas doentes”, conclui.

A endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva e cerca de 30 a 50% das mulheres com infertilidade e/ou dor pélvica. Caracteriza-se pela presença de glândulas endometriais e estroma fora da cavidade uterina e encontra-se, com maior frequência, na cavidade pélvica, induzindo uma reação inflamatória crónica que provoca a formação de aderências e alteração da anatomia pélvica. Os sintomas mais frequentes da doença são a dismenorreia, a dispareunia, a dor crónica e a subfertilidade/infertilidade.