Médicos de clínica geral e familiar solidários com greve da FNAM
7 de julho de 2014
A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) está solidária com a greve dos médicos, agendada para terça-feira e quarta-feira, por compreender os motivos do protesto convocado pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
Em comunicado, a APMGF manifestou a sua preocupação por várias medidas governamentais que afetam o setor, como a portaria sobre os cuidados de saúde primários do trabalho, a política de recursos humanos, a limitação ao avanço da reforma dos cuidados de saúde primários.
«A evidente intenção de colocar os médicos de família (já assoberbados com tarefas e que recentemente viram aumentar o seu número efetivo de utentes) a exercer medicina do trabalho – sem para tal terem qualificações e afastando-os do desempenho das suas verdadeiras atividades e competências -, bem como a recusa da revogação da Portaria 112/2014 que introduz esta medida irracional, conduzirão a uma redução da acessibilidade dos doentes ao seu médico de família», adianta a associação, citada pela “Lusa”.
A APMGF critica «a limitação ao avanço da reforma dos cuidados de saúde primários, quando dados provenientes de organismos nacionais e internacionais a apontam como importante fator de desenvolvimento, eficácia e sustentabilidade do SNS, é incompreensível».
A associação denuncia ainda o aumento, nos últimos tempos, das «dificuldades para o exercício da medicina geral e familiar em Portugal, pela falta de material para consulta e em resultado das limitações dos múltiplos sistemas informáticos – e a sua fragmentação -, fatores que castram e tornam desumano o ato médico, em prejuízo de profissionais e utentes».
«Sentimos que está em causa a qualidade do exercício profissional dos médicos de família, as condições de trabalho e – consequentemente – a qualidade do nosso SNS», lê-se no comunicado.