Médicos dizem que está em risco avaliação do estado de vacinação das crianças
31 de janeiro de 2018 Médicos de saúde pública queixam-se de que está suspensa a avaliação do Programa Nacional de Vacinação e que é impossível saber o estado vacinal das crianças devido a erro informático, mas o Ministério da Saúde nega qualquer problema. Segundo o presidente da comissão de saúde pública do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), «um problema ou buraco informático» dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) está a tornar impossível saber exatamente quantas pessoas estão vacinadas e com que vacinas. Em declarações à agência “Lusa”, Nuno Rodrigues explicou que o programa que desmaterializou os boletins de vacinas tem «um problema grave» que faz com que duas pesquisas sobre o estado vacinal da mesma pessoa deem resultados diferentes. Contactada pela “Lusa”, fonte oficial dos SPMS «nega qualquer falha informática no processo de registo de vacinas em 2017», indicando que o registo foi «fortemente ampliado com registos integrados de vacinas administradas em farmácias e vacinas do viajante». «Estamos a trabalhar, como habitualmente, com a Direção-geral da Saúde com vista ao relatório anual, que é realizado durante o primeiro trimestre de cada ano», acrescenta a resposta escrita enviada pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. Mas a questão levou o Sindicato Independente dos Médicos a emitir uma nota no seu site na internet. «Não conseguimos perceber qual a informação verdadeira [dada pelo sistema informático]. Só no agrupamento de centros de saúde em que trabalho são cerca de 36 mil crianças e jovens dos quais não conseguimos apurar o estado vacinal», afirmou o médico e dirigente do SIM Nuno Rodrigues à “Lusa”. O responsável explicou ainda que os médicos fazem uma avaliação regular dos doentes vacinados, que fica assim posta em causa com este problema informático. |