Médicos/Greve: CGTP acusa Paulo Macedo de ser «coveiro da Saúde» 608

Médicos/Greve: CGTP acusa Paulo Macedo de ser «coveiro da Saúde»

9 de julho de 2014

O líder da CGTP acusou ontem o ministro Paulo Macedo de ser «o coveiro da Saúde» em Portugal e disse que o governante tem de ser responsabilizado por qualquer caso grave que venha a ocorrer com doentes.

«Este ministro é o coveiro da Saúde e tem de ser responsabilizado politicamente por qualquer problema que venha a surgir que envolva mortes», declarou Arménio Carlos, que participou na concentração de médicos que decorreu junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa.

A CGTP considera que a greve de dois dias dos médicos «não é só uma luta em defesa dos direitos profissionais» mas, acima de tudo, de defesa da saúde dos portugueses.

«Esta manifestação conta também com o apoio da população portuguesa», referiu o dirigente da central sindical.

Arménio Carlos «avisou» o ministro da Saúde, Paulo Macedo, de que, «com a vida das pessoas, não se pode brincar», referindo-se aos «cortes cegos» que considera que o Ministério tem feito no setor.

Também presente na concentração, o médico e líder do Bloco de Esquerda, João Semedo, salientou a «significativa adesão» à greve, considerando-a uma das maiores de sempre.

«É mais uma grande greve de médicos em defesa do SNS, que se pretende que seja geral e universal, que seja humanizado, e não um SNS como o que este governo está a promover, com mais cortes. O SNS não aguenta mais cortes», declarou o deputado bloquista aos jornalistas.

Além de João Semedo, estiveram presentes na concentração representantes de outros partidos: Álvaro Beleza (PS), Paula Santos (PCP), Joaquim Correia (Os Verdes), Garcia Pereira (PCTP/MRPP) e Ana Matos Pires (Partido Livre).

Durante as intervenções a partir do palco montado junto ao Ministério da Saúde, o presidente da Associação das Unidades de Saúde Familiar (USF) frisou que os médicos não aceitam ser «os carrascos do SNS».

«Não aceitamos, nenhuma das gerações [de médicos aceita], ser os carrascos da reforma dos cuidados de saúde primários, não aceitamos ser os carrascos do SNS», declarou, de acordo com a “Lusa”, arrancando um aplauso aos profissionais que se manifestavam.