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Médicos/Greve: Ministro da Saúde não quer que paralisação se repita

9 de julho de 2014

O ministro da Saúde disse hoje que não pretende que a greve dos médicos se repita, sublinhando os efeitos adversos da paralisação nos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

«Acho que a greve tem efeitos que não são benéficos. A greve não pode ser feita de ânimo leve», disse Paulo Macedo aos jornalistas, à margem de um acordo assinado hoje com a Associação Nacional das Farmácias (ANF).

Ainda sobre a greve dos médicos, que cumpre hoje o segundo dia, Paulo Macedo disse que «o Ministério não a minimiza, não pretende que se repita, porque quem foi prejudicado foram os utentes do SNS. As pessoas que foram ao privado e ao social foram todas atendidas e todas servidas».

«Não podemos fazer uma greve dizendo que se defende um SNS (…) e prejudicando os utentes do SNS», declarou o ministro.

Para que a greve não se repita, Paulo Macedo diz que pretende «continuar a trabalhar com os sindicatos, resolvendo problemas concretos», dando como exemplos os recentes concursos abertos para especialidades médicas, como o caso do concurso para intensivistas, o primeiro aberto em Portugal, indicou a “Lusa”.

Repetindo que não minimiza os efeitos da greve, o governante considerou, contudo, excessivo falar em números de adesão entre os 70 e os 90%.

«Aritmeticamente são impossíveis, porque não há greve no setor privado nem social, onde estão cerca de 40% dos médicos. As percentagens [de adesão] têm de ser, no setor público, na ordem das que aconteceram no passado à volta dos 27 ou 30%», afirmou Paulo Macedo aos jornalistas.

Num comunicado distribuído às redações na terça-feira, o Ministério da Saúde escusou-se a dar informação sobre a adesão à greve, lembrando: «os únicos dados rigorosos sobre a participação na paralisação são os que resultam do processamento salarial deste mês, pelo que se revela necessário aguardar alguns dias pelo apuramento a realizar por todos os serviços, hospitalares e outros».