Menos de mil casos de doença dos legionários numa década, DGS admite subnotificação 03 de setembro de 2014 Na última década foram notificados em Portugal 962 casos de doença dos legionários, segundo um relatório hoje divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) que aponta para uma subnotificação da patologia.
A doença dos legionários é uma pneumonia causada por bactérias do género legionela, que podem existir em reservatórios naturais, como lagos e rios, ou em reservatórios artificiais como ares condicionados, humidificadores, piscinas, jacuzzis ou instalações termais.
Numa análise aos 10 anos do programa de vigilância da doença dos legionários, a DGS assume que existem algumas lacunas, apontando para uma subnotificação dos casos, a par de uma baixa proporção de inquéritos epidemiológicos e ambientais quando há confirmação da doença.
Todos os casos da doença notificados devem dar origem a um inquérito epidemiológico e ambiental. Contudo, entre 2004 e 2010 verificou-se que só foram realizados inquéritos ambientais em 36% das notificações e investigação epidemiológica em 73% dos casos notificados.
Segundo o relatório da DGS, verificaram-se também «assimetrias muito importantes» nas notificações por distritos. Porto e Braga registaram mais de 40% do total de casos notificados, quando abrangem apenas 25% da população nacional, apontou a “Lusa”.
Pelo contrário, nas regiões autónomas dos Açores e Madeira (com 4,83% da população) apenas foram notificados 0,1% de casos.
Nas regiões autónomas, uma das causas para esta reduzida notificação pode ser «um reduzido número de exames complementares de diagnóstico para pesquisar a presença de legionela em casos de pneumonia».
Na década analisada, o ano de 2012 foi o que registou maior número de notificações da doença, com um total de 140 casos.
O grupo etário com mais casos notificados foi o dos 50-59 anos, sendo a doença mais frequente nos homens e o tabagismo o fator de risco mais associado à doença.
Em Portugal, a mortalidade por doença dos legionários situa-se nos 5% dos casos notificados, abaixo dos 7% da média da União Europeia. |