Metade das mulheres portuguesas anteciparia ser mãe se soubesse que poderia ser infértil 624

Metade das mulheres portuguesas anteciparia ser mãe se soubesse que poderia ser infértil

17 de Junho de 2015

Quase metade das mulheres portuguesas (46%) anteciparia o momento de ser mãe, se soubesse que poderia vir a ter algum problema de fertilidade e 40,7% dos homens também tomaria essa decisão. Esta é uma das principais conclusões do estudo “Conhecimento, perceções e atitudes em relação à reprodução assistida da população portuguesa em idade reprodutiva”. 

 

Com mais de 2.400 indivíduos em análise, o estudo desenvolvido em parceria com a Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução e a Merck – elaborado pela KeyPoint – teve como principais objetivos avaliar o conhecimento dos portugueses (sexo feminino e masculino) e perceber as suas intenções em relação a reprodução assistida.

 

Para além de antecipar o momento de ter filhos, os inquiridos confirmam ainda que alterariam os seus hábitos de vida se tivessem conhecimento de algum problema que afetasse a sua fertilidade, 72,2% nos homens e 76,2% nas mulheres. 

 

«Este estudo revela conclusões sobre as intenções e comportamentos da população portuguesa em relação à parentalidade e fertilidade, o que representa uma visão integrada e inédita para os profissionais de saúde que lidam diariamente com estas questões. Por outro lado, permite-nos perceber quais serão os maiores desafios e estratégias a adotar para dar resposta aos problemas de fertilidade nacionais e o que pode ser feito para que os portugueses se apercebam desta realidade», referiu, em comunicado, Leonor Sequeira, diretora médica da Merck, em Portugal.

 

O estudo recente conclui ainda que os portugueses em geral estão a planear ter filhos cada vez mais tarde (33,9 anos para os homens e 32,3 anos para as mulheres) e os homens (na sua maioria) estão preocupados com as causas da infertilidade e comparativamente com as mulheres que estão preocupadas com a idade fértil. 

 

A perceção da idade limite para ter filhos é partilhada pelos dois sexos, em média os homens consideram que as mulheres não deveriam ser mães a partir dos 41,7 anos, enquanto que as mulheres consideram que não deveriam ser mães depois dos 41,6 anos. 

 

Quando questionados sobre a fonte da informação sobre o tema, homens e mulheres procuram informação em sites de informação médica (48,5% e 45,3% respetivamente), revistas e jornais (22,7% e 32,1%), os homens também procuram informação em aplicações de telemóvel (40,4%) e as mulheres recorrem ao médico ginecologista (34,8%). Porque as fontes de informação são cada vez mais variadas e os portugueses procuram informação na internet ou jornais, o estudo também conclui a informação de que 87,2% dos homens e 77,4% das mulheres nunca debateram o tema da fertilidade nas suas consultas médicas. 

 

Relativamente à especialidade médica que optam por consultar, mais de metade das mulheres (54,5%) opta por ir ao ginecologista, enquanto os homens optam por consultar, na sua maioria, o médico de família (41,2%). Apenas cerca de 30% dos homens e cerca de 15% das mulheres opta por debater o tema com médicos especialistas em fertilidade 

 

No caso dos homens, os tópicos mais vezes mencionados são as causas de infertilidade e tratamentos de fertilidade (2,6%). As mulheres abordam mais vezes tópicos como a idade fértil da mulher (2,6%), causas da infertilidade e tratamentos de fertilidade (2,3%). O tratamento para a fertilidade mais conhecido, tanto por homens (74,7%) como por mulheres (74%), é a inseminação artificial, e só depois a medicação hormonal oral, referida por 38,5% dos homens e 52,8% das mulheres. 

 

No que respeita a preservação da fertilidade, 70,9% dos homens e 73,9% das mulheres preservaria a sua fertilidade para poderem ser pais mais tarde.