Metade dos médicos não tem conhecimento sobre a pegada ambiental dos inaladores 195

Cerca de metade dos médicos especialistas portugueses (47,7%) não tem conhecimento sobre a pegada ambiental dos inaladores, de acordo com os resultados de um estudo apresentado na 2 ª edição da conferência ‘Healthy Planet, Healthy People: A pegada carbónica do setor da saúde’ (que aconteceu a 09 de outubro), no âmbito do Documento de Consenso “Recomendações para a redução do impacto ambiental dos inaladores”, publicado na revista científica Acta Médica Portuguesa (AMP).

Para o estudo inquiridos 348 médicos com o objetivo de avaliar o grau de consciencialização sobre o impacto ambiental dos inaladores, tendo-se ainda apurado que os médicos mais jovens, entre os 25 e 49 anos, mostram menos preocupação com o tema (25%), enquanto mais de 35% dos médicos na faixa etária compreendida entre os 50 e os 64 anos, preocupam-se mais com o impacto ambiental dos tratamentos feitos com inaladores.

Durante a conferência, organizada pelo Conselho Português para a Saúde e o Ambiente (CPSA) e a Embaixada Britânica, com o apoio da GSK, foi evidenciada a urgência de uma ação conjunta para mitigar o impacto ambiental no setor da saúde, com foco na prescrição de inaladores.

 

Recomendações

É fundamental definir estratégias que permitam aumentar o conhecimento dos profissionais de saúde relativamente ao impacto ambiental da área em que atuam e que contribuam para reduzir a pegada ecológica. Assim, com base nas conclusões do estudo, foram elaboradas recomendações para a diminuição do impacto ambiental dos inaladores e para auxiliar na implementação de práticas sustentáveis, nomeadamente:

  • Haver sempre uma alternativa terapêutica e preferência pelos inaladores de pó seco (DPI) aos pressurizados (pMDI).
  • Nos casos em que os pMDI são necessários, escolher-se inaladores com menor volume de HFA (hidrofluoroalcanos).

A introdução de um mecanismo de alerta sobre a pegada ecológica de cada inalador e a implementação de estratégias para incentivar a devolução, o reaproveitamento dos dispositivos usados, bem como a monitorização do impacto destas medidas, são passos importantes para mudar o paradigma atual, de acordo com os especialistas.

 

O estudo

É uma iniciativa do Conselho Português para a Saúde e o Ambiente (CPSA), em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPPediatria), a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).