Realizou-se ontem, dia 7 de maio, a 12ª Conferência MF Talks, uma iniciativa da revista MARKETING FARMACÊUTICO, a primeira no formato webinar, sob o tema “O impacto da covid-19 na IF”.
O Barómetro de impacto da covid-19
Rui Ventura, Presidente da Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM), e Rui Nunes, Diretor da mesma associação, apresentaram o “Barómetro de impacto da covid-19 no marketing”, uma ferramenta que pretende que ser “um farol de informação credível e de boas práticas em torno do marketing” nestes tempos incertos.
Rui Nunes, autor do Barómetro, destacou algumas diferenças entre as duas vagas já realizadas, assinalando que “na 1ª vaga do Barómetro as pessoas ainda não estavam dentro da pandemia, havia poucas certezas. Nessa medida, os dados eram mais pessimistas dos que os que tivemos na 2ª vaga. A 2ª vaga mostra claramente um maior otimismo porque já estávamos em plena pandemia, já havia noção da realidade. No início, a preocupação era o que iriam comunicar. Na 2ª vaga o acento é colocado na tecnologia e o e-commerce, para continuarem a operar”, explicou.
Confiança e credibilidade
“Fomos todos apanhados com as calças na mão”. É assim que Nelson Pires, General Manager Jaba Recordati, define o início da pandemia. “De um momento para o outro, a indústria farmacêutica (IF) passou do ´face-to-face` para o online”.
O líder da Jaba Recordati prevê que “o mercado vai ter um resultado negativo no fim do ano”, resultado da diminuição do poder de compra e do afastamento dos doentes dos hospitais e centros de saúde”.
Para Nelson Pires, o futuro será “voltar ao terreno, mas integrando o remoto”. O responsável defendeu que serão a confiança e a credibilidade que inspirarem que marcarão as diferenças entre os agentes do mercado.
Um novo paradigma de vendas
Orlando Duarte, Oncology Sales Lead Pfizer, apresentou “uma equação que muda tudo: até agora, a interação com os profissionais de saúde baseava-se no “eu quero”, a partir daqui é no “eu preciso” que estará a tónica”.
Suportado na sua vasta experiência no terreno, Orlando Duarte defende que o caminho “é a humanização da tecnologia”, acrescentando que “não há data definida para voltar ao ´face-to-face`”. Apelou ainda a um momento de reflexão, desafiando a IF a parar e “redefinir o que o cliente precisa. Ele só vai falar connosco se precisar”.
“Ter a capacidade de amparar”
Miguel Rovisco de Andrade, General Manager A. Menarini Portugal, considerou que o desafio primordial para as empresas será a liderança, destacando a que crê ser a mais relevante característica de um líder nos tempos que vivemos: “ter capacidade de amparar. Ajudar os outros a obter as respostas dentro da empresa, para ajudar a criar uma nova visão para o futuro”.
O General Manager da A.Menarini alertou ainda para a necessidade de “mostrar à estrutura que as tecnologias são um apoio e não uma substituição”. Até porque, segundo este palestrante, a covid-19 não determinou o digital na IF. As mudanças tecnológicas, a complexidade crescente, as necessidades e expectativas, o apoio ao DIM era algo que já existia antes deste período. “Isto só foi acelerado”, concluiu.
“Fazer muito com pouco e bons”
Quem o disse foi o convidado Paulo Ribeiro, Administrador Delegado BIAL Itália Srl, que acrescentou “nunca fui adepto de se criar grandes equipas e depois despedir. Nos mercados emergentes o princípio é o mesmo: fazer muito, com pouco e bons”.
E a força de vendas é precisa. “Ninguém vende sem empatia, por muito bom que seja o digital, a força humana tem de existir e ser empática. A empatia é humana, não é robótica, não é digital”.
A adaptabilidade dos profissionais é vital
Já Luís Vasconcelos Dias, Pharma & Healthcare Consultant, aproveitou para apelar à mudança.
“O facto importante, senão vital para a vida das organizações é a capacidade da adaptabilidade dos profissionais. Oportunidade das empresas pararem um bocadinho para pensar o que vão fazer a seguir e não serem obrigados a fazer. Fazer um conjunto de mudanças que as empresas já deviam ter feito. Esta urgência que agora surge vem acelerar os processos que muitos diziam ser o caminho e que quase ninguém fez”, indica.
Quanto ao futuro, Luís Vasconcelos Dias acredita que é preciso alterar bastante o processo de tomada de decisão dentro das organizações. “O processo de gestão e de comunicação tem de ser mais eficiente. E as equipas têm de ter mais oportunidades de intervir na tomada de decisão”, esclarece.
O webinar contou com a presença de 1498 pessoas, sendo 78% dos participantes da área do Marketing e Vendas.
A conferência foi uma iniciativa da revista MARKETING FARMACÊUTICO, powered by RHP, com o Patrocínio Premium da Logista Pharma e da Pharmaplanet e, ainda, o apoio da Simposium Digital HealthCare e das Farmácias Holon. O Netfarma, a Revista FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO e a E-newsletter Farmanews, foram media partners da iniciativa.