Mieloma múltiplo: Projeto que pode “influenciar o futuro da investigação nesta área” vence bolsa 48

O projeto de investigação ‘Seleção personalizada de fármacos no Mieloma Múltiplo utilizando um modelo 3D ex vivo’, liderado pela investigadora Cristina João é o vencedor da 6.ª edição da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo.

Os prémios são uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), com o apoio da Amgen Biofarmacêutica. O prémio, no valor de 15 mil euros, irá apoiar o desenvolvimento deste projeto pelo período de um ano.

“Este protejo pode vir a potenciar um avanço na medicina personalizada no que diz respeito ao mieloma múltiplo, e permitir adaptações às características únicas de cada doente o que poderá vir a ajudar os médicos a selecionarem opções personalizadas para os seus doentes”, declarou, em comunicado, Cristina João, investigadora principal do projeto.  A equipa de investigação é ainda composta pelas investigadoras Emília Carneiro, Ana Queirós, Ana Filipa Barahona, Joana Caetano e Bruna Velosa Ferreira.

Este trabalho pode mesmo, para Manuel Abecasis, presidente da APCL, segundo refere, no comunicado citado, “influenciar o futuro da investigação nesta área, com grande benefício para as vítimas desta doença, tendo em conta a personalização da medicina em prol de cada doente, enquanto ser biologicamente único”.

Maria Gomes da Silva, presidente da SPH, destaca que “a aposta na investigação nacional é fundamental, tendo em conta a raridade desta doença que permanece incurável, pelo que toda a investigação que possa ser feita contribui para uma deteção atempada e um tratamento mais eficaz, levando expectavelmente a uma maior longevidade e melhoria da qualidade de vida dos doentes.”

Quanto à bolsa de investigação em questão, Tiago Amieiro, diretor-geral da Amgen Biofarmacêutica, afirma que “a longevidade da bolsa de investigação em mieloma múltiplo fala por si, refletindo a qualidade dos projetos que têm sido apresentados e o impacto que têm tido ao nível da investigação nacional – é um privilégio poder fazer parte desta iniciativa ao serviço dos doentes com mieloma múltiplo”.

 

O mieloma múltiplo

É uma neoplasia hematológica incurável que continua a ser um grande desafio para a oncologia hematológica – consiste na segunda neoplasia hematológica mais frequente em Portugal com 994 novos casos anuais e 689 mortes em 2022.

Esta patologia tem uma maior incidência a partir dos 50 anos e apresenta sintomas inespecíficos, por vezes desvalorizados, sendo o diagnóstico atempado fundamental para maximizar os resultados em saúde nestes doentes.