Ministério da Saúde averigua caso de hospitais que atrasam cirurgias a doentes 606

Ministério da Saúde averigua caso de hospitais que atrasam cirurgias

29 de Março de 2016

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou ontem já ter pedido uma «averiguação urgente» aos hospitais que alegadamente atrasam cirurgias a doentes, adiantando que o Ministério agirá «no estrito cumprimento da lei».

Segundo o ministro, foi pedido aos conselhos de administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa e do Centro Hospitalar do Baixo Vouga para que até à hora do almoço de ontem informassem o Ministério «se a notícia» ontem veiculada pelo “Jornal de Notícias” «corresponde à verdade», avançou a “Lusa”.

«Em função disso nós agiremos no estrito cumprimento da lei», frisou o ministro, que falava aos jornalistas à margem da cerimónia pública de apresentação da reforma da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), que decorreu ontem, em Lisboa.

O “JN” escreveu ontem, em manchete, que «Hospitais boicotam cirurgias a doentes», contando que unidades hospitalares «com atrasos indevidos na cirurgia prescrita aos seus doentes estão a boicotar-lhes a possibilidade de serem operados noutros estabelecimentos hospitalares, conforme determina a lei».

«Vamos verificar se aquilo que é indiciado pelo jornal corresponde a uma má prática ou corresponde apenas e só a um procedimento, a uma falha administrativa, e em função disso agiremos com o estrito cumprimento da lei», disse Alberto Campos Fernandes.

O diário refere que «só o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, que integra os hospitais de Penafiel e de Amarante, está a impedir a operação a mais de meio milhar de doentes».

«Este é o número de casos que estão classificados como “pendentes”, de forma a evitar que os tempos máximos de espera sejam ultrapassados. O facto pode ser consultado através dos registos informáticos do Ministério da Saúde», escreve o “JN”.

O jornal recorda ainda que também «no Centro Hospitalar do Baixo Vouga foram detetados agendamentos falsos para contornar os prazos máximos impostos por lei».