Ministério da Saúde quer emissão de exames sem papel até ao final de agosto
19 de julho de 2018 O presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Henrique Martins, disse hoje que até ao final de agosto todos os centros de saúde devem ter a capacidade de emitir exames sem papel. «Obviamente que é um processo progressivo, mas queremos garantir que o sistema está em condições de conseguir receber os milhares de exames que são pedidos diariamente, por isso é algo que vamos acompanhar de forma bastante pormenorizada», disse à “Lusa” Henrique Martins. O SPMS promoveu hoje, em Lisboa, a primeira requisição desmaterializada de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT), integrada nos exames sem papel. Durante o encontro, Henrique Martins adiantou que na próxima semana, para além da Unidade de Saúde Familiar da Baixa de Lisboa, «mais cinco locais vão começar a experimentar o projeto e vai passar a haver um em cada região». A secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos, marcou presença no evento e, enquanto utente, promoveu o percurso digital dos exames, com o médico a proceder à requisição, de forma desmaterializada de um exame para efetuar num laboratório. Após a realização da análise, a utente recebeu uma mensagem de alerta no seu telemóvel a indicar que os resultados, entretanto partilhados pelo laboratório, estão disponíveis na sua área do cidadão do portal do Serviço Nacional de Saúde. Rosa Valente de Matos explicou à “Lusa” que o facto de a prescrição de exames complementares de diagnóstico ficarem disponíveis em formato eletrónico vai facilitar «a vida dos utentes» e tornar o processo mais «seguro e eficiente». A desmaterialização da requisição de MCDT não acaba com os exames em papel por completo, pois o utente pode continuar a receber o exame impresso caso seja essa a sua preferência, sendo o SMS ou o email opções alternativas. «Neste momento, o doente pode sempre escolher pois ainda há pessoas que efetivamente não querem utilizar o telemóvel, tanto para a receita como para a área dos exames de MCDT. No entanto, há cada vez mais utentes que utilizam as tecnologias para marcar as suas consultas», afirmou. A secretária de Estado sublinhou ainda que os exames sem papel são uma transformação benéfica não só para os utentes, como para os profissionais de saúde, «que vão ter a sua vida muito mais facilitada», tendo em conta as «cerca de 83 mil consultas diárias a nível dos cuidados de saúde primários». Inserido no Registo de Saúde Eletrónico, o projeto continua a avançar, disponibilizando os resultados de MCDT, de forma digital, a um conjunto cada vez maior de entidades convencionadas. Para além de uma maior segurança para todos os intervenientes, os «exames sem papel» contribuem, segundo Henrique Martins, para «a desburocratização e redução de desperdício na prestação de MCDT, potencializando a aproximação do médico ao cidadão». |