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Ministério vai incluir dados de mortalidade na comparação de hospitais

11-Fev-2014

O Ministério da Saúde está a monitorizar dados de mortalidade dos doentes para comparar o desempenho dos hospitais, mas só vai tornar público esse indicador depois de verificar a informação com as direções clínicas das unidades.

A Administração Central do Sistema de Saúde revelou ao “i” que, «por serem considerados dados sensíveis», só depois de verificados, algo que fonte oficial diz acontecerá em breve, serão públicos.

O esclarecimento surge na sequência de perguntas dirigidas à tutela acerca doranking de qualidade nos hospitais divulgado este fim-de-semana e publicado ontem no site da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) – entidade que realiza este estudo desde 2005.

A ACSS disponibiliza, desde o ano passado, comparações entre hospitais, organizando-os por grupos em função da dimensão e diferenciação, em vez de produzir uma ordenação nacional.

Na rubrica de qualidade é possível ter rankings de desempenho para seis indicadores e alguns parecem não coincidir com os resultados da ENSP, que já pondera variáveis de mortalidade, que só no futuro serão incluídas no benchmarking oficial.

No grupo de hospitais de maior dimensão, o primeiro lugar na maioria dos indicadores de qualidade não pertencia em 2012 ao Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (líder do ranking da ENSP), mas ao Centro Hospitalar do Porto.

Esta última unidade regista mesmo o melhor desempenho em dois dos indicadores que a ENSP avalia, mas cruzando estatísticas de atividade com resultados esperados.

Em matéria de complicações, a ACSS usa o critério de internamentos com duração superior a 30 dias e Coimbra surge em segundo lugar. No que toca a reinternamentos até 30 dias, em que os dados da ACSS não distinguem se a causa do regresso foi a mesma, Coimbra surge no pior lugar do grupo, atrás dos centros hospitalares de Lisboa e do São João.

 

Ministério não vai contestar ranking da ENSP

 

Questionada sobre se iria contestar os resultados da ENSP, a ACSS considerou ser «salutar que haja vários estudos deste género, complementares entre si e que cumprem a sua missão». Já sobre o facto de Paulo Macedo, ministro da Saúde, ter referido a fusão dos diferentes hospitais de Coimbra como uma das causas do resultado obtido pelo Centro Hospitalar Universitário no ranking da ENSP, a ACSS respondeu que o ministério «não comenta a situação concreta de um ranking».

Se o benchmarkting da tutela ainda está em construção, a ENSP também assume limitações. O relatório do trabalho liderado por Carlos Costa, que avalia desempenho em diferentes grupos de doenças, reconhece que não são avaliados, por exemplo, indicadores de acessibilidade ou tratamentos em situações com alta no próprio dia – tendência que tem vindo a ser incentivada nos hospitais. Por isso, conclui ser abusivo extrapolar os rankings para todo o internamento ou atividade hospitalar.