A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, considerou hoje que o Presidente da República teve uma “intervenção muitíssimo adequada” sobre os factos ocorridos no INEM e disse concordar plenamente quando diz que tem de ser apurado o que aconteceu.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu, na quinta-feira, que é preciso apurar os factos sobre a resposta do INEM no contexto da recente greve e eventuais responsabilidades administrativas e políticas, repetindo neste caso a expressão “doa a quem doer”.
Questionada sobre estas declarações à margem da inauguração oficial do novo Hospital de Dia de Adultos do IPO de Lisboa, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou, citada pela Lusa, que, enquanto governante e cidadã, sentiu que o Presidente da República teve “uma intervenção muitíssimo adequada”.
“Concordo completamente com aquilo que o Senhor Presidente da República nos disse a todos, enquanto portugueses, a nós enquanto governantes”, disse Ana Paula Martins, escusando-se a responder a mais perguntas aos jornalistas sobre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
A ministra salientou que já explicou “no local próprio, no Parlamento, que tem a responsabilidade daquilo que neste momento é o plano de desenvolvimento e recuperação do INEM”.
Em resumo
No final da conferência de imprensa do Conselho de Ministros, na quinta-feira, também o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, já tinha declarado que o Governo está em “sintonia total” com as preocupações manifestadas pelo Presidente da República e provedora de Justiça sobre os problemas no INEM, mas advertiu que “eventuais decisões” só podem ser tomadas após o resultado dos inquéritos em curso.
No mesmo dia, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse que tudo o que o Governo tinha a dizer em relação aos problemas no INEM “foi dito e muito bem” pela ministra da Saúde, escusando-se a comentar as declarações do Presidente da República.
Na passada terça-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse esperar que a Inspeção-Geral da Saúde faça uma “avaliação profunda” sobre se foram cumpridos os serviços mínimos na greve do INEM e garantiu que foi feito tudo o que era possível.
As mortes de 11 pessoas alegadamente associadas a falhas no atendimento do INEM motivaram a abertura de sete inquéritos no Ministério Público, um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da IGAS.