Ministra francesa: Medicamento usado em ensaio clínico «não contém canábis» 15 de Janeiro de 2016 A ministra da Saúde francesa afirmou hoje que o medicamento usado num ensaio clínico em França que deixou uma pessoa em coma e outras cinco em estado grave não contém qualquer derivado de canábis, contrariando informações anteriores. «Não continha canábis nem qualquer derivado de canábis» afirmou Marisol Touraine, em conferência de imprensa para responder a questões sobre o sucedido nos testes conduzidos por um laboratório privado para a empresa farmacêutica portuguesa Bial. Segundo a ministra, no laboratório da empresa Biotrial, em Rennes, oeste de França, o medicamento analgésico foi ministrado a 90 pessoas que participaram voluntariamente nos ensaios clínicos e que começaram a manifestar sintomas no domingo passado, noticiou a “Lusa”. O diretor do departamento de neurologia do hospital de Rennes, onde os doentes afetados foram internados, Pierre-Gilles Edan, afirmou que das seis pessoas afetadas, uma está em morte cerebral e outras três sofreram «lesões que poderão ser irreversíveis». Edan adiantou que têm entre 28 e 49 anos de idade e que a primeira vítima a chegar ao serviço, e que se encontra em coma, apresentava sintomas de acidente vascular cerebral. Marisol Touraine indicou que se trata de um acidente inédito em França, cujas causas ainda são desconhecidas, e que todas as pessoas afetadas pertenciam ao mesmo grupo, a quem o medicamento foi ministrado de forma repetida. A ministra garantiu que os ensaios clínicos foram interrompidos e ordenou uma inspeção administrativa à «organização, meios e condições de intervenção» do laboratório na realização do ensaio clínico em causa. O departamento de saúde da Procuradoria de Paris abriu um inquérito ao sucedido e a agência francesa para o medicamento vai fazer uma inspeção técnica ao laboratório. |