Ministro da Saúde assume que comunicou mal mudança do INFARMED
30 de novembro de 2017 O ministro da Saúde admitiu ontem que a decisão de transferir a sede do INFARMED para o Porto foi «muito mal comunicada» e assumiu as responsabilidades por essa má comunicação. «Foi muito mal comunicada e o responsável por essa má comunicação tem um nome: sou eu. E é por isso que assumo as minhas responsabilidades e terei agora de explicar detalhadamente, de trabalhar detalhadamente com todos, para que essa comunicação seja recomposta», afirmou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas no final de uma comissão parlamentar de Saúde e questionado pela agência “Lusa” sobre a questão da transferência da sede do INFARMED. O anúncio de que a sede da Autoridade Nacional do Medicamento sairia de Lisboa para o Porto foi feito na semana passada pelo ministro Adalberto Campos Fernandes, durante uma conferência em Lisboa, tendo apanhado de surpresa os trabalhadores da instituição. O membro do executivo responsável pela pasta da Saúde adiantou ter sido, ele próprio, «o primeiro a dizer ao primeiro-ministro» que esta questão tinha sido mal comunicada. «Mas em política, a humildade e a capacidade de reconhecimento do erro não deve servir para nos desviar de um caminho», afirmou. O ministro continua a dizer que a decisão política de transferir a sede do INFARMED já estava tomada há mais tempo e recusou comentar a entrevista da presidente do organismo, que disse nunca ter percebido que se tratava de uma decisão, mas antes de uma intenção. Adalberto Campos Fernandes sublinhou a importância da apreciação «com serenidade», que se seguirá, ao nível, material, técnico e científico. O ministro reiterou que os trabalhadores do INFARMED «não serão prejudicados», mas sim «ouvidos» e «envolvidos». Sobre esta descentralização, o governante recordou que o Ministério da Saúde está a trabalhar há dois anos na descentralização de outros serviços, dando o exemplo de organismos que já contam com delegações fora de Lisboa, como o Instituto Português do Sangue (IPS) ou os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). «Muitos de nós falam da necessidade de mudança, mas verdadeiramente poucos querem mudar», disse, declarando que a candidatura à Agência Europeia do Medicamento revelou que Portugal tem «a Norte um polo competitivo em termos académicos, científicos e que a fileira do medicamento a Norte é poderosa». «As pessoas não querem mudar e há uma visão central do país, uma visão egoísta e que considera que o país em matéria de diferenciação se esgota em Lisboa», acrescentou. |