Ministro da Saúde: Portugueses sem médico de família descem a 500 mil no final do ano 609

Ministro da Saúde: Portugueses sem médico de família descem a 500 mil no final do ano

16 de Setembro de 2016

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse ontem, em Coimbra, que, no final deste ano, o número de portugueses sem médico de família baixará para cerca de 500 mil.

Nos últimos meses foi feita «a maior colocação de médicos de família de que há memória em Portugal», afirmou o governante, sublinhando que «fecharemos este ano com pouco menos de 500 mil portugueses sem médico de família».

Quando «chegámos [ao Governo], em novembro, havia um milhão e 100 mil portugueses sem médico de família», salientou o ministro da Saúde, que falava na sessão de homenagem ao SNS, que ontem comemora o 37.º aniversário, e ao seu criador António Arnaut.

Além desta, outras importantes medidas, como a instalação (em curso) de 684 camas de cuidados continuados, têm sido adotadas pelo Governo, exemplificou Adalberto Campos Fernandes.

Ainda ontem «foi aprovado um documento importantíssimo» pelo Governo, durante a reunião de Conselho de Ministros dedicada exclusivamente à saúde, que decorreu ontem em Coimbra, sobre a regulamentação dos atos de saúde por parte dos diferentes profissionais ligados ao setor.

O documento, cuja validação pelas diversas ordens profissionais foi sublinhada pelo governante, procura garantir a sinergia entre os grupos profissionais envolvidos, simultaneamente ou de forma articulada, na prestação de cuidados de saúde, valorizando o trabalho em equipa e a interdependência.

«Eu sei que hoje as notícias são mais saber se é proibido fumar à porta» de escolas ou unidades de saúde «porque isso é que é a espuma da comunicação social», pois é «mais interessante e mais apelativo».

Mas «nós assumimos que no SNS está muita coisa por fazer e há muita coisa que está mal», reconheceu Adalberto Campos Fernandes.

«A escassez de recursos implica que em cada momento o país faça escolhas criteriosas, objetivas, onde não será possível em cada momento dar tudo a todos em iguais condições», sublinhou.

O ministro frisou que a obrigação da tutela «é começar por definir prioridades e dar àqueles que mais precisam aquilo que “emergentemente” necessitam».

As comemorações do 37.º aniversário do SNS realizaram-se ontem em Coimbra, promovidas pelos CHUC e a Administração Regional de Saúde do Centro, tendo como tema “O Serviço Nacional de Saúde e o resgate da dignidade”.

Incluíram uma homenagem ao advogado António Arnaut, que foi o autor da lei que criou o SNS em 1978, com a inauguração de um busto do advogado de Coimbra, que ficou localizado no centro de uma rotunda que dá acesso ao auditório dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Na sessão, o primeiro-ministro, António Costa, disse que a melhor forma de defender o SNS é desenvolver mais políticas de saúde na rede pública.