Ministro das Finanças diz que falta de enfermeiros no Santa Maria é «transitória»
23 de maio de 2018 O ministro das Finanças disse hoje, no parlamento, que a falta de enfermeiros no Hospital Santa Maria, em Lisboa, é uma «questão transitória», acrescentando que não estão sinalizadas situações de urgência nos pedidos de substituição feitos às Finanças. «A questão que coloca do Hospital de Santa Maria é uma questão transitória e que tem a ver com as consequências de uma mobilidade de 790 enfermeiros que deixaram de estar em hospitais e passaram para as administrações regionais de saúde e o processo adaptação e de substituição está em curso», afirmou Mário Centeno, na comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social, em resposta ao CDS-PP. O governante disse ainda poder «garantir que não há nenhuma sinalização de urgência nessas substituições no Ministério das Finanças». O “Diário de Notícias” noticiou na terça-feira que, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a saída de mais de 100 enfermeiros desde janeiro obrigou o hospital a fechar camas, transferir a unidade de nefrologia para um piso com menos camas e encerrar um setor de cirurgia e que, até agora, foram apenas admitidos 49 profissionais. Contactado pela agência “Lusa”, o administrador do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Carlos Martins, afirmou que «os números são verdadeiros», e explicou que a questão da falta de recursos humanos «não é nova». «É verdade que saíram 100 enfermeiros de uma só vez, por concurso, é verdade que só conseguimos, até à data, ter autorizações para 50, também é verdade que aguardamos autorizações de contratação por quem de direito e esperamos, em breve, ter reposta a nossa capacidade, por forma a reabrir algumas áreas que, preventivamente, foram temporariamente encerradas», disse. Segundo o responsável, foi fechado um setor do departamento de cirurgia, com cerca de 20 camas, e foi feita uma revisão da capacidade de internamento na área da nefrologia pediátrica. Situações que, disse, podem voltar ao normal quando for regularizado o número de profissionais de saúde. «Saíram de repente 100 enfermeiros e não é de um dia para o outro que se contrata 100 enfermeiros», disse, explicando que os profissionais deixaram o hospital porque receberam «ofertas mais aliciantes» a nível profissional e financeiro do setor privado e social ou decidiram ir para outras instituições publicas por situações pessoais. Esta situação ainda causa maiores constrangimentos porque os enfermeiros que saíram tinham «muitos anos de experiência» e eram «muito especializados», explicou. |