Ministro diz que despacho é «adicional» para fazer «número maior de colonoscopias» 20-Mar-2014 O ministro da Saúde, Paulo Macedo, garantiu ontem que serão pedidas à Direção Geral de Saúde orientações sobre a «melhor maneira» de financiar «um número maior» de colonoscopias, decisão que garante ser «adicional» aquilo que já se pratica atualmente. «Esse despacho é adicional. Quer dizer que o tipo de colonoscopias que eram feitas até agora se mantém exatamente. Essa é uma cobertura adicional para fazer um número maior de colonoscopias», respondeu Paulo Macedo aos jornalistas, no Porto, sobre o despacho do Ministério de Saúde n.º 3756/2014, relativo aos cuidados ao abrigo da convenção para a endoscopia gastrenterológica. O ministro da Saúde – que participou ontem num almoço debate organizado pelo International Club of Portugal – explicou ainda que esse «despacho teve por base um conjunto de peritos que foi consultado» e que será pedido, conforme está previsto, até 1 de abril à Direção Geral de Saúde que emita orientações no sentido de qual a melhor maneira de, «adicionalmente», serem financiados esse tipo de exames. «Primeiro, este despacho visa financiar um número maior de colonoscopias do que aquele que é hoje. O que está a ser feito hoje mantém-se exatamente. Há aspetos técnicos que até essa data – 1 de abril – vão ser considerados e vai ser determinado. Eu penso que não será uma matéria que vá ser polémica», considerou, citado pela “Lusa”. De acordo com o governante, «está previsto no próprio despacho o pedido à Direção Geral de Saúde no sentido de dizer qual a forma técnica de o fazer». Questionado sobre se é realista um decreto desta natureza, Paulo Macedo explicou que esta decisão foi feita com o objetivo de pedir aos hospitais públicos que façam uma produção adicional para resolver situações pendentes em número significativo. «Temos a resposta de vários hospitais que têm capacidade de resposta. Os números exatos e a cadência com que vai ser feito esse rastreio, isso teremos que ver», disse. Sobre este despacho, a Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino (Europacolon) disse segunda-feira querer ser ouvida sobre normas de orientação clínica para o rastreio de base populacional do cancro colorretal e para a realização de colonoscopias. No mesmo dia, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, sustentou que «fazer sedação por um gastrenterologista é má prática clínica», considerando que «não é possível que o mesmo gastrenterologista que está a fazer colonoscopia esteja a sedar o doente, porque o doente ficava em risco». Em resposta, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) esclareceu que a sedação para as colonoscopias realizada por gastrenterologistas foi validada pela Ordem dos Médicos. |