O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, lembrou esta segunda-feira (24) a carreira e residência farmacêutica como mudanças “que têm de ser reconhecidas”, mas garante que diálogo com o setor “acontecerá”.
O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) realizou esta segunda-feira mais uma greve. O Ministro da Saúde lembrou que, nos últimos anos, houve “pelo menos duas mudanças que têm de ser reconhecidas”: a criação da carreira do farmacêutico hospitalar do SNS, em 2017, e o início da primeira residência farmacêutica nos hospitais públicos, em janeiro deste ano.
“Acho que é claro que é um avanço, também é claro que há problemas a resolver que precisam de diálogo entre o Ministério da Saúde e os farmacêuticos e esse diálogo acontecerá”, assegurou.
A adesão à greve dos farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que começou esta segunda-feira, ronda os 90%, estimou o presidente do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF), Henrique Reguengo.
“Os números que temos até agora estão nos 90% de adesão. Mantemos a adesão que temos tido nas outras greves, o que é expectável, porque infelizmente não temos motivos para que os farmacêuticos não adiram”, disse à Lusa.
De acordo com Henrique Reguengo, os números são ainda provisórios, uma vez que “em tempo de férias demora mais tempo a serem recolhidos”.
Os cerca de 1.100 farmacêuticos do SNS iniciaram esta segunda-feira novas greves para exigir ao Ministério da Saúde avanços nas negociações sobre a valorização das carreiras e das grelhas salariais.
À Lusa, o dirigente sindical explicou que os farmacêuticos estão divididos por três especialidades: farmácia hospitalar, análises clínicas e genética humana, que são transversais a todos os serviços clínicos.
“Todos os serviços são serviços estruturais que servem todos os outros serviços dos hospitais. Quando nós não funcionamos toda a dinâmica da instituição [SNS] fica afetada e esse é o grande problema” de o Governo não dar atenção à área farmacêutica, alertou.
Para o sindicalista, “a atenção que tem sido dada à área farmacêutica no serviço nacional de saúde é próximo do zero”.
Convocado pelo SNF, o protesto destes profissionais de saúde arrancou na segunda-feira com uma greve nacional e inclui duas paralisações em 05 e 12 de setembro por distritos, que culminarão com uma nova greve em todo o país marcada para 19 desse mês.
O sindicato, que lamenta que o Ministério da Saúde “continue em silêncio e sem manifestar qualquer intenção de iniciar um processo negocial sério”, convocou para as 10:30 de segunda-feira uma concentração de farmacêuticos junto ao Palácio de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro.
Entre as reivindicações do SNF consta a atualização das grelhas salariais, a contagem integral do tempo de serviço para a promoção e progressão na carreira, a adequação do número de farmacêuticos às necessidades do serviço público e o reconhecimento por parte do Ministério da Saúde do título de especialista.